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«Clínica do Antibiótico» promove tratamento em ambulatório no CHVNG/E

No Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho (CHVNG/E), os utentes cujo motivo para permanecerem internamento se prende com a administração de antibióticos via endovenosa podem fazer o tratamento em ambulatório, na designada “Clínica do Antibiótico ”.

Foi no dia 12 de setembro de 2016 que a designada “Clínica do Antibiótico” do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho recebeu o primeiro utente.

O projeto surgiu após a equipa do Grupo Coordenador Local do Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e Resistência aos Antimicrobianos (GCL-PPCIRA) detetar que havia muitos utentes internados apenas por precisarem de fazer antibioterapia via endovenosa, como relata Margarida Mota, coordenadora daquela equipa e responsável pelo projeto.

“Os utentes ficavam internados, quer nos serviços, quer na urgência, a aguardar vaga para completar o tratamento, o que aumentava o risco de infeção hospitalar, nomeadamente por bactérias multirresistentes”, diz. Face a esta problemática, a equipa do GCL-PPCIRA procurou uma forma de dar resposta em ambulatório.

A ideia da “Clínica” surgiu com base em projetos de Outpatient Parenteral Antimicrobial Therapy, já implementados noutros países, como nos EUA (desde 1970), Inglaterra e Espanha.


Elementos da equipa da "Clínica do Antibiótico"

“Não inventámos a roda, baseámo-nos em boas práticas reconhecidas internacionalmente”, afirma Margarida Mota, especialista em Medicina Interna, esclarecendo que o nome “Clínica do Antibiótico” surgiu, sobretudo, para facilitar o acompanhamento dos utentes, pois, “não fazia sentido recorrer a uma sigla inglesa, sendo assim mais percetível para todos”.

Em termos de espaço, optou-se pela Unidade de Doenças Infeciosas da Unidade 1 do CHVNG/E porque a maioria dos elementos da equipa do GCL-PPCIRA trabalha aí, o que permite um melhor acompanhamento e reavaliação do doente. “Diariamente, dedicamo-nos a este projeto entre as 11 e o meio-dia, recebendo os utentes para fazer o tratamento e fazendo a visita diária pelas várias enfermarias para percebermos quem poderá beneficiar da ‘Clínica’”, explica a responsável.

A média de doentes seguidos, diariamente, na “Clínica do Antibiótico” é de 3 a 4 e os resultados já são visíveis: “Entre setembro de 2016 e setembro de 2017 conseguiu-se ter menos 1076 dias de internamento, o que acarreta menos custos para o hospital e proporciona uma melhoria da qualidade de vida dos doentes.”

Para além disso, “os pacientes internados perdem muita autonomia confinados em ambiente hospitalar e sabe-se que a referenciação precoce para o domicílio está associada a bem-estar físico e psicológico, contribuindo para uma recuperação mais rápida”.

Próximos passos: tratamento ao domicílio e ligação aos médicos de família

Face aos bons resultados e à boa recetividade dos doentes, Margarida Mota quer que a “Clínica do Antibiótico” chegue ao domicílio e aos cuidados de saúde primários.

“Seria importante levar este apoio, sempre que possível, a casa das pessoas. Para isso, aguardamos pela aquisição– espera-se que dentro em breve – de bombas perfusoras que permitam o tratamento no domicílio”, indica.

A forma de levar este apoio aos doentes também já está decidido. “O CHVNG/E tem, desde há dias, uma equipa de hospitalização domiciliária. O objetivo é aproveitar os recursos já existentes porque, como sabemos, estes são finitos”, aponta a responsável.



No futuro, Margarida Mota espera que também se possam estabelecer protocolos com os CSP. “Se o médico de Medicina Geral e Familiar tiver à sua frente o resultado de uma urocultura ou de um exsudado com microrganismos multirresistentes pode, se necessário, pedir a nossa ajuda para prescrever o antibiótico mais adequado à infeção”, explica.

Outro apoio que pode ser dado pela “Clínica do Antibiótico” aos CSP prende-se com o encaminhamento mais célere de casos clínicos que necessitem de tratamento em ambiente hospitalar, quer seja no Ambulatório como no Internamento.

Projetos futuros que não abrandam o trabalho da equipa todos os dias, mesmo ao fim de semana, para se evitar internamentos desnecessários e prevenir as infeções associadas aos cuidados de saúde.


A reportagem completa pode ser lida na edição de março do Hospital Público.

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