Consulta de Teledermatologia do CHP «cresce cerca de 85% ao ano»
Em 2010, o Serviço de Dermatologia iniciou a Teledermatologia em parceria com a ARS Norte e, em 2014, oficializou-se a consulta de Teledermatologia, sob a responsabilidade de Virgílio Costa.
Começou por abranger a área de Gondomar, alargando-se, posteriormente, a Bragança e Vila Real. O projeto tem superado todas as metas estabelecidas, apresentando uma taxa de resolução de 95%.
Em declarações à Just News, Virgílio Costa conta que esta consulta, realizada por si e por Mónica Caetano, funciona diariamente.
Mónica Caetano e Virgílio Costa com Manuela Selores, diretora do Serviço de Dermatologia do CHP
“Após um arranque lento, está a ter um crescimento apreciável. Em números redondos, estamos a crescer cerca de 85% ao ano”, refere, desenvolvendo que, no final de 2017, estima-se que as consultas de Teledermatologia representem 6% das consultas do Serviço.
O tempo de resposta médio para uma consulta é de cerca de três dias, já que, conforme refere, é necessário realizar todos os passos “administrativos”, que demoram o seu tempo – triagem, agendamento e, por fim, a realização da consulta. Lesões pigmentadas, benignas e malignas, e dermatoses agudas, como eczemas, são os problemas mais frequentes.
Para Virgílio Costa, entre as vantagens da consulta destacam-se a triagem mais correta dos doentes, a aquisição de competências dos profissionais envolvidos, a melhoria de acessibilidade à especialidade e a evicção de deslocações.
Para o futuro, o médico prevê uma adesão significativa e continuada à consulta, com melhoria comparativamente mais lenta dos meios técnicos disponíveis – comunicações e equipamentos de recolha de imagens, com introdução progressiva da possibilidade de imagem dermatoscópica.
1.º Curso de Teledermatologia
Organizada pela Associação de Dermatovenereologistas da Cidade Invicta, a próxima edição do Fórum Dermatologia, que se realiza nos dias 10 e 11 de novembro, vai incluir, exatamente, o 1.º Curso de Teledermatologia, organizado por Virgílio Costa e Mónica Caetano. Terá como moderadores Manuela Selores e Fernando Almeida, presidente do Conselho Clínico do ACES Gondomar.
A iniciativa é dirigida, em particular, a dermatologistas, médicos de família e pediatras, mas também a enfermeiros e estudantes, além de outros especialistas interessados no tema, explica a diretora do Serviço de Dermatologia do CHP.
Teledermatologia: recurso a três métodos
Manuela Selores lembra que a teledermatologia pode ser efetuada por três métodos: em diferido, em tempo real ou por método misto (o último tenta combinar os dois anteriores).
Segundo a médica, quando é feita em diferido, atualmente (o método mais usado), é enviada informação de retorno. Este método tem como vantagem “a resolução da imagem enviada, mas, por outro lado, aumenta a possibilidade de consultas múltiplas para complementar a informação clínica ou a solicitação de imagens extra e não proporciona uma relação médico-doente”.
Por seu lado, explica, quando é feita em tempo real (videoconferência), “tem como vantagem proporcionar um diálogo entre médico e doente, mas tem como desvantagem a necessidade de recursos tecnológicos mais dispendiosos, com resolução mais baixa de imagens médicas e incompatibilidade de horários das partes envolvidas”.
"Telerrastreio em todas as referências para a teleconsulta"
A diretora do Serviço de Dermatologia do CHUP considera que a situação ideal seria "utilizar o telerrastreio em todas as referências para a teleconsulta", permitindo, desta forma, “melhorar a triagem dos pedidos de consulta, manter controlada a lista de espera e, sobretudo, evitar que doentes com patologias prioritárias benignas ou malignas fiquem em lista de espera”.
É, por exemplo, o caso das lesões pigmentadas, quando aliadas a imagens de dermatoscopia em casos adequados, "que são as lesões ideais para teledermatologia e constituem cerca de 50% das referenciações diárias".
O programa da 30.ª edição do Fórum Dermatologia pode ser consultado aqui.