Doenças ósseas metabólicas: reforçar o estreitamento de laços entre especialidades

A problemática das doenças ósseas metabólicas será debatida de forma alargada no XI Congresso da Sociedade Iberoamericana de Osteologia e Metabolismo Mineral (SIBOMM), que decorrerá em Lisboa, de 27 a 29 de agosto.

Além dos especialistas dos 16 países e 26 sociedades que integram a SIBOMM, presidida por Ana Paula Barbosa, o evento contará com a presença do alemão Dieter Felsenberg e do presidente da Sociedade Ucraniana de Osteoporose, Vladyslav Povoroznyuk.

Ana Paula Barbosa, que assume igualmente o cargo de presidente da Sociedade Portuguesa de Osteoporose e Doenças Ósseas Metabólicas (SPODOM), destaca que a palestra de Dieter Felsenberg será proferida no âmbito de conferências sobre a análise não invasiva dos sistemas ósseo e muscular e sobre o tratamento não farmacológico da osteoporose, nomeadamente a vibração. Vladyslav Povoroznyuk, com quem a SPODOM tem uma relação de grande proximidade, falará sobre o tratamento da osteoporose na Ucrânia.

Mário Rui Mascarenhas, membro do Conselho Científico da SIBOMM e fundador da Consulta de Osteoporose Fraturária do Hospital de Santa Maria, será um dos oradores portugueses, tal como Jaime Branco, investigador principal do Centro de Estudos de Doenças Crónicas da Universidade Nova de Lisboa e diretor da Faculdade de Ciências Médicas.



Multidisciplinaridade da SIBOMM

Segundo Ana Paula Barbosa, as estimativas apontam para que cerca de 5 a 10% da população portuguesa tenha osteoporose. Em alguns países, entre os quais os EUA, a doença óssea já é considerada uma complicação tardia da diabetes. Daí que nenhuma especialidade possa ser colocada à margem.

O estreitamento de laços entre especialidades e especialistas em torno das doenças ósseas metabólicas é já uma realidade. A própria Sociedade Portuguesa de Osteoporose e Doenças Ósseas Metabólicas (SPODOM) realizou o seu último congresso, em 2014, com a MGF.

É por isso que a problemática das doenças ósseas metabólicas será debatida de forma alargada no XI Congresso da Sociedade Iberoamericana de Osteologia e Metabolismo Mineral.

Neste sentido, Ana Paula Barbosa destaca o carácter multidisciplinar da SIBOMM, afirmando que, "mais uma vez são bem vindos todos os profissionais de saúde ligados ao estudo do Metabolismo Ósseo e Mineral e do doente com Doenças Ósseas Metabólicas incluindo a Osteoporose, nomeadamente os médicos de diversas especialidades (Endocrinologia, Reumatologia, Medicina Interna, Medicina Geral e Familiar, Ginecologia, Ortopedia, Fisiatria, Nefrologia, Radiologia), os enfermeiros, os nutricionistas, os terapeutas, os assistentes sociais, os farmacêuticos e os psicólogos".

SIBOMM ajuda a fundar a International Federation of Musculoskeletal Research Societies

Criada em 1987, por um grupo de especialistas de Medicina Interna, Endocrinologia e Reumatologia de Espanha, Argentina, México e Equador, com o objetivo de criar um núcleo de investigação para o estudo do metabolismo ósseo, a SIBOMM cresceu e junta hoje 26 organismos de 16 países, com duas línguas a servir de elo: o português e o espanhol.

Registada em Madrid, a Sociedade Iberoamericana de Osteologia e Metabolismo Mineral não tem um espaço físico. Esta é, aliás, uma aspiração de longa data da SIBOMM.

Os congressos realizam-se de dois em dois anos, ocorrendo, em regra, no país dos presidentes em exercício. Agora, prepara uma nova expansão, ao aliar-se a outras grandes organizações mundiais para fundar a International Federation of Musculoskeletal Research Societies (IFMRS).

Na génese desta nova entidade está, além da SIBOMM, a European Calcified Tissue Society (ECTS), a American Society of Bone and Mineral Research (ASBMR) e congéneres da China, EUA, Japão e Austrália, com oficialização prevista para janeiro de 2016, com a aprovação dos órgãos sociais e estatutos. A sede deverá ficar, em princípio, nos EUA.

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