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Duarte Nuno Vieira reeleito diretor da Faculdade de Medicina de Coimbra

O diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC), Duarte Nuno Vieira, foi hoje reconduzido no cargo, tendo sido eleito pela Assembleia da Faculdade, por unanimidade, após a apresentação e discussão do plano de ação do candidato.   

Em declarações à Just News, Duarte Nuno Vieira, que era candidato único, afirma que o facto de ser reeleito significa “um sentimento de profunda honra e privilégio”, sobretudo por ser um lugar "que não decorre de uma qualquer escolha ou nomeação por parte de alguém, mas de uma eleição", envolvendo docentes, investigadores, não docentes e não investigadores e alunos, e de ter sido uma votação unânime.

É, por outro lado, “uma enorme responsabilidade, face à dimensão histórica da FMUC e ao seu prestígio, às suas singularidades como guardiã de um valioso conjunto de memórias e tradições”. 



Significa ainda, conforme refere o professor catedrático da FMUC, “saber agir com a consciência plena da necessidade contínua de mudanças, de inovação, de renovação, de ajustes e adaptações constantes”. E, além disso, “conseguir promover um espírito de agregação de sinergias, de colaboração franca, direta e leal, de diálogo contínuo e de permanente abertura, de transparência e frontalidade, de respeito por princípios de tolerância e entendimento, rejeitando a agressividade e a intransigência”. 

Uma Escola de referência que "valorize e recompense o mérito"

De acordo Duarte Nuno Vieira, neste mandato mantêm-se como objetivos que "a FMUC seja uma referência, nacional e internacional", nos seus diversos setores de intervenção e uma Escola que produza profissionais "pautados por uma conduta ética e de profundo respeito pela dignidade da pessoa humana".

Pretende-se ainda “ter uma Escola que estimule e não que crie frustações ou promova monotonias” e, além disso, que “valorize e recompense o mérito e não os que nada fazem e que saiba honrar os múltiplos aspetos positivos do passado e construir um futuro de permanente inovação, modernização e desenvolvimento”. 

As prioridades continuarão a estar centradas na melhoria do processo pedagógico, no reforço da investigação científica e no incremento da prestação de serviços, procurando proporcionar o apoio e os meios necessários para tal, dentro das possibilidades de atuação da Direção de uma Faculdade. 

Regras “exigentes e muito claras”

O diretor da FMUC conta que será dada também um ênfase especial neste mandato à definição de regras “exigentes e muito claras”, em termos do controlo de qualidade e da avaliação e reconhecimento do mérito, que se pretende que seja “estimulante e consequente”.

Estes são, segundo Duarte Nuno Vieira, os princípios pelos quais a Direção norteou a sua ação ao longo do mandato que agora cessa, sendo certo que continuará a orientar-se por esta procura de consensos, “sem cair na ingenuidade de harmonias universais”.


A Assembleia da FMUC é constituída por 15 elementos: 10 docentes e investigadores, um elemento externo, dois estudantes de doutoramento, dois estudantes do 1.º e 2.º ciclo de estudos e um trabalhador

“É inegável que existe ainda um amplo espaço de melhoria para o ensino médico em Portugal”

Questionado sobre o ensino médico em Portugal, o diretor da FMUC afirma que o mesmo proporciona uma “formação de elevada qualidade”, preparando profissionais médicos aptos a concretizarem a sua atividade profissional em qualquer parte do mundo.

Acrescenta, no entanto, que “é inegável que existe ainda um amplo espaço de melhoria para o ensino médico em Portugal” e, na sua opinião, “o Conselho das Escolas Médicas Portuguesas e os diversos Consórcios Académicos Clínicos deveriam ter um papel mais ativo e dinâmico neste processo, tal como se deveria aumentar a colaboração e cooperação entre as diversas Escolas Médicas e entre estas e as unidades públicas e privadas de saúde”.


Momento em que o presidente da Assembleia, José António Pereira da Silva, informa Duarte Nuno Vieira que foi eleito por unanimidade

Duarte Nuno Vieira: um percurso multifacetado

Aos 57 anos, Duarte Nuno Vieira, natural de Coimbra, é diretor e professor catedrático da FMUC. Preside ao Conselho Europeu de Medicina Legal, ao Conselho Consultivo Forense do Procurador do Tribunal Penal Internacional, à Rede Iberoamericana de Instituições de Medicina Legal e Ciências Forenses, à Associação Portuguesa de Avaliação do Dano Corporal e é vice-presidente da Confederação Europeia de Especialistas em Avaliação e  Reparação do Dano Corporal.

É também presidente da Thematic Federation on Legal and Forensic Medicine da União Europeia de Médicos Especialistas, coordenador da Competência em Avaliação do Dano Corporal, membro da Direção da Competência em Gestão e Serviços de Saúde da Ordem dos Médicos e membro do Comité Executivo do Working Group in Forensic Pathology and Forensic Anthropology do Comité Permanente da INTERPOL de DVI. 

No passado, foi presidente da Academia Internacional de Medicina Legal, da Associação Internacional de Ciências Forenses, da Associação Mundial de Médicos de Polícia, da Academia Mediterrânea de Ciências Forenses, e da Associação Latino-Americana de Direito Médico. 

Tem ainda exercido funções como Consultor Forense Temporário no âmbito do Alto Comissariado dos Direitos Humanos das Nações Unidas, Consultor Forense do Comité Internacional de Cruz Vermelha e perito forense do Conselho Internacional de Reabilitação de Vítimas de Tortura, tendo participado em dezenas de missões internacionais. Foi Diretor do Instituto de Medicina Legal de Coimbra, Presidente do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses, do Conselho Médico-Legal, do Conselho Superior de Medicina Legal, do Colégio da Especialidade de Medicina Legal, entre numerosas outras funções.




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