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Encontro de médicos de Ortopedia e de MGF com «benefícios claros na referenciação»

A Ortopedia tem vindo a perder peso nos currículos escolares dos cursos de Medicina e Fernando Fonseca, diretor do serviço de Ortopedia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), não tem dúvidas de que os internos necessitam dessa formação. Até porque, em muitos casos, poderia ajudar a resolver os problemas apresentados pelos doentes, sem a necessidade de referenciar ao especialista.

“Tenho constatado um número muito elevado de primeiras consultas do centro de saúde referenciadas para Ortopedia em que depois se verifica que muitas delas seriam passíveis de ser resolvidas no âmbito da Medicina Geral e Familiar”, admite à Just News Fernando Fonseca, que recentemente tomou posse como presidente da Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia (SPOT).



Também enquanto professor universitário, sublinha que a Ortopedia tem hoje um peso muito pequeno no programa e na formação dos internos, que na maior parte dos casos não tem contacto com a especialidade.

Foi devido a este panorama que surgiu a ideia de formar o I Curso de Ortopedia para MGF, que terá lugar este sábado, 6 de maio, em Coimbra. A ideia partiu de um grupo de internos do Serviço de Ortopedia do CHUC e de internas de MGF da USF Cruz de Celas, que Fernando Fonseca “apadrinhou” de imediato.



“Esta iniciativa denota um claro interesse no tema e nasce do diálogo e do relacionamento entre internos de Ortopedia e de MGF. Sentimos cada vez mais necessidade deste contacto. Não estando ele nos programas de formação, surgiu a ideia de construir este curso, fazendo um sumário do que é a Ortopedia”, explica o especialista, que revela que o que se pretende é que haja um conhecimento aprofundado entre a MGF e a Ortopedia:

“É bom que se faça uma ligação direta entre os dois lados e com benefícios claros na referenciação. Isso só será possível cruzando equipas e fazendo conhecer pessoas”, remata.

A iniciativa tem também o apoio de Fátima Branco, coordenadora da USF Cruz de Celas, que, tal como Fernando Fonseca, vinca a importância de ortopedistas e médicos de MGF estreitarem relações.


Fátima Branco.

“Para haver sinergia, primeiro temos que nos conhecer”, afirma a médica, que elogia o trabalho desenvolvido pelos internos, atribuindo-lhes todo o mérito de uma iniciativa que, durante um dia intensivo de apresentações e discussão de casos clínicos, procurará formas de melhorar a referenciação de doentes à Consulta Externa e à Urgência de Ortopedia.

“A partilha que tem que haver para que se faça uma referenciação atempada e eficiente exige que haja conhecimento dos dois lados entre os cuidados de saúde primários e os cuidados hospitalares. Assim, a finalidade primordial deste curso é que, perante um doente que tem uma determinada anamnese, a observação objetiva seja bem feita, os exames sejam bem pedidos e, em caso de referenciação, que esta seja atempada”, esclarece a coordenadora da USF Cruz de Celas.


Andreia Lobo, Marcia Soares, Alda Linhares, Mariana Silva, Isa Cruz e Cláudia Silva.

Esta primeira edição esgotou e Fátima Branco afirma que os 60 inscritos terão oportunidade de cimentar e atualizar conhecimentos, com benefício óbvio para o doente. Entre os temas a apresentar, a médica destaca os tumores, uma área importante em que o médico de família tem dificuldade em referenciar. Além deste, especialistas falarão ainda sobre patologia da coluna, ombro e cotovelo, punho e mão, anca, joelho, pé e tornozelo, além de duas sessões de casos clínicos, onde serão mostrados exemplos típicos de como se pode proceder.


A coordenadora da USF e as médicas impulsionadoras do Curso sublinham a importância da iniciativa.

Andreia Lobo, interna de MGF, realça que, para além da revisão da matéria, a apresentação de casos clínicos e de situações “reais, do dia-a-dia”, permitirão associar a componente prática à teórica. “Conseguiremos integrar melhor toda a matéria”, acredita.

Já Isa Cruz, outra das internas de MGF que está na génese deste curso, adianta que o objetivo da iniciativa passa por falar não só dos temas mais raros e complicados, mas também de questões de todos os dias.

“Esta iniciativa surgiu para colmatar as falhas e lacunas que enfrentamos na ligação com o Serviço de Ortopedia e o curso servirá para estreitar essa ligação e explorar dúvidas”, conclui.

 




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