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Gestão integrada: «mudança de paradigma» no acesso dos portugueses ao SNS

“Um desafio importante para o SNS” é como Ricardo Mestre, vogal do Conselho Diretivo da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) classifica o processo de implementação de um sistema integrado de gestão do acesso ao Sistema Nacional de Saúde. O tema esteve em debate num evento em que participaram representantes de quase três dezenas de unidades hospitalares.

“Trata-se, para nós, de uma área bastante relevante daquilo que esperamos que seja uma mudança de paradigma na forma como os portugueses acedem ao SNS”, sublinhou aquele responsável da ACSS.


Ricardo Mestre e Alexandre Lourenço

Ricardo Mestre falava na sessão de abertura de um workshop que mobilizou, ao longo de todo o dia 21 de dezembro, mais de uma centena de participantes. Alexandre Lourenço, presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, haveria de agradecer o facto de a ACSS ter aceite o desafio que a APAH lançou para esta parceria entre as duas entidades na realização da reunião, que aconteceu no auditório do Infarmed, em Lisboa.

“A governação dos sistemas também se faz por participação e é importante que todos consigamos ter uma opinião clara sobre os assuntos”, afirmou, deixando evidente ser “uma preocupação da APAH estar próximo dos profissionais com funções de gestão nos hospitais e dar voz às suas preocupações”.



Encarar os desafios "de forma construtiva"

“Este workshop é relevante para discutir como está a ser implementado o Sistema Integrado de Gestão do Acesso (SIGA). É importante a participação de todos nesta fase inicial, para se ver o que está a ser feito, quais os desafios que se colocam no futuro e, essencialmente, apresentarem-se soluções de resolução”, acrescentou o presidente da APAH.

Ricardo Mestre, que foi o primeiro a intervir, já tinha reconhecido “a importância da APAH em termos de governação do Serviço Nacional de Saúde e a forma sempre construtiva e positiva como encara os desafios que constantemente são colocados ao SNS”, admitindo que mais sessões conjuntas sobre outros temas ocorrerão, com certeza, no futuro.

“Colaborar na implementação da legislação”

O SIGA está regulado pela Portaria 147/2017, de 27 de abril, sendo apresentado como um sistema de acompanhamento, controlo e disponibilização de informação integrada, destinado a permitir um conhecimento transversal e global sobre o acesso à rede de prestação de cuidados de saúde no SNS.

“A nossa intenção, na ACSS, é, obviamente, colaborar na implementação da legislação”, esclareceu Ricardo Mestre, referindo-se a “uma perspetiva diferente daquilo que era o acesso que até agora conhecíamos, sendo agora essa perspetiva “um pouco mais integrada, mais centrada naquilo que é o percurso do doente ao longo do sistema”.

“Estamos aqui a tentar implementar, em conjunto com todas as estruturas, sejam regionais ou locais, um modelo de governação novo, que tente ser mais interventivo, mais ativo, mais presente naquilo que é a gestão efetiva do acesso dos utentes ao SNS”, explicou.



Para Ricardo Mestre, o objetivo é “sermos cada vez mais interventivos e pró-ativos no encontrar de soluções para os doentes”. No seu entender, é “um desafio importante”, que tem que ver com conseguir-se “estruturar um modelo de governação mais abrangente, mais ativo”, mas também se pretende “fortalecer as relações de trabalho” e melhorar o próprio relacionamento entre as instituições.

Aliás, o workshop que agora teve lugar contemplou a realização de oficinas paralelas. A ACSS coordenou uma delas, em que se pretendeu identificar quais as medidas internas a tomar nos hospitais, enquanto a APAH foi responsável pela condução da segunda oficina, que tinha o objetivo de identificar constrangimentos/soluções externas prioritárias.

Ricardo Mestre lembrou ainda que a aplicação do SIGA terá de obrigar ao desenvolvimento de um sistema de informação que “nos permita ter esta visão muito mais integrada”. Trata-se de um processo de implementação “que está em curso, mas que demorará algum tempo”. Simultaneamente, “a nossa perspetiva é que possamos ir robustecendo as práticas de articulação entre todos, para podermos depois monitorizar aquilo que está a acontecer”.



A sessão plenária incluiu uma palestra proferida por Teresa Pego, coordenadora da Unidade de Gestão Operacional do Acesso da ACSS, que não deixou de explicar o que é o Sistema Integrado de Gestão do Acesso (SIGA). Representantes do Centro Hospitalar do Porto (Bruno Magalhães), do IPO de Coimbra (Rosário Reis), do Hospital Garcia de Orta (Lurdes Bastos) e da ULS do Baixo Alentejo (Maria Gião) apresentaram, de forma sucinta, “algumas das suas práticas e desafios relacionados com o acesso”, sob a moderação de Adelaide Belo, da ULS do Litoral Alentejano.

Maria Gião, Teresa Pego, Adelaide Belo, Lurdes Bastos, Rosário Reis e Bruno Magalhães




A versão completa da notícia pode ser lida no Hospital Publico de janeiro.

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