Inaugurada a primeira USF no Parque de Saúde Pulido Valente

Ao fim de 8 anos, a Unidade de Saúde Familiar (USF) das Conchas, em Lisboa, mudou-se para o Parque da Saúde Pulido Valente, tendo deixado as anteriores instalações, mais pequenas e antigas, divididas com a Unidade de Cuidados de Saúde Partilhados (UCSP) Lumiar. Para Pedro Miguel Alves, o seu coordenador, “foi uma longa espera, mas valeu a pena”.



A cerimónia de inauguração, que decorreu esta terça-feira, foi presidida pela secretária de Estado da Saúde, Rosa Valente de Matos, e contou, nomeadamente, com a presença do presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, Luís Pisco, da diretora executiva do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Lisboa Norte, Manuela Peleteiro, e da diretora clínica do Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN), Margarida Lucas.

Na ocasião, Pedro Miguel Alves destacou as boas condições do novo espaço, que vêm permitir dar uma resposta mais eficaz à população da freguesia do Lumiar e a parte dos habitantes da freguesia de Santa Clara. “São uma mais-valia para os utentes e também para esta equipa maravilhosa com quem trabalho”, reconheceu.



A espera de 8 anos acabou por se dever, como frisou o coordenador da USF das Conchas, ao “azar” de aquela unidade ter iniciado funções em julho de 2010. “Foi pouco antes da grande crise que afetou a Europa e que levou Portugal a pedir ajuda ao Fundo Monetário Internacional. Fomos obrigados a adaptar-nos a umas instalações mais pequenas, que partilhávamos com a UCSP Lumiar.”



Neste local, que ainda cheira a novo, há 17 gabinetes médicos e de enfermagem, para servir cerca de 13.400 utentes. A equipa é constituída por 8 médicos, 6 enfermeiros e 6 secretários clínicos.

“Este passo que demos é um incentivo para todos os que aqui trabalham, mas também é uma mais-valia para os utentes, que passam a ter melhores condições de atendimento. Aliás, abrimos no dia 5 de março, véspera da inauguração, e ouvimos os maiores elogios de todas as pessoas”, recordou.

"Encontrar respostas interligadas"

Em declarações à Just News, o coordenador salientou ainda que, além da componente assistencial, a USF também é “um campus de formação da Nova Medical School – Universidade Nova de Lisboa, integrando 11 internos da especialidade de Medicina Geral e Familiar (MGF)”.



Quanto ao facto de a USF das Conchas partilhar o espaço do Hospital Pulido Valente com outras instituições, tal como a futura Unidade de Cuidados Continuados e Integrados da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Pedro Miguel Alves mencionou que se espera "encontrar respostas interligadas".

“Vamos conversar e ver de que forma nos podemos articular com o hospital e com essa unidade. Por exemplo, a área da Imagiologia é uma das que podem ser aproveitadas, evitando-se que os utentes andem de um lado para o outro para fazer determinados exames”, afirmou.

Responsável pelo projeto "ser uma realidade"

Na equipa há um elemento que se destaca e que, segundo Pedro Miguel Alves, “é responsável por a USF das Conchas ser uma realidade, apesar das muitas tormentas por que se passou”.

Trata-se de Esmeralda Cunha, médica de família, que na próxima semana deixa de integrar esta USF para ficar na UCSP Lumiar, onde vai continuar outra luta: a criação da segunda USF a instalar-se no Parque da Saúde Pulido Valente, no piso 1 do edifício onde se encontra a funcionar a USF das Conchas.

Esmeralda Cunha explicou a razão pela qual se empenhou na luta pela criação da USF das Conchas: “Gosto muito da especialidade de MGF e acredito neste modelo de cuidados, que traz, de facto, mais-valias ao trabalho dos profissionais de saúde e, inevitavelmente, aos utentes.”


O empenho de Esmeralda Cunha não foi esquecido, tendo recebido uma lembrança das mãos da diretora executiva do ACES Lisboa Norte

Apesar da satisfação e do orgulho da obra feita, que, como fez questão de salientar, “se deveu a toda uma equipa muito empenhada e de grande qualidade”, Esmeralda Cunha deixou um alerta: “É muito difícil formar equipas porque não são abertos concursos para a entrada de pessoas novas, os que ainda vão existindo são apenas a nível interno.”

E acrescentou: “Foi difícil com a USF das Conchas e está a acontecer o mesmo com a USF Dona Amélia de Portugal, sobretudo na contratação de enfermeiros e de secretários clínicos. A falta destes últimos é mesmo o principal problema.”

Quem tem acompanhado Esmeralda Cunha na criação das duas USF tem sido o médico de família Paulo Estrela. “Foi com quem aprendi a ser médico de família”, confessou Pedro Miguel Alves.

Também ele apela a que haja mais apoios na formação das equipas, recordando que a MGF é, hoje em dia, uma especialidade de relevo. “Faço parte dos médicos mais velhos, que vestiram a camisola da MGF e que contribuíram para a colocar no top das especialidades, que deixou de ser opção para os que tinham piores notas e que, atualmente, é escolha de quem obtém os melhores resultados”, referiu.

Relativamente ao coordenador da USF das Conchas, Paulo Estrela admitiu sentir orgulho em ver o seu antigo interno neste momento à frente de uma USF. “É ótimo observar os mais novos a crescer e a trabalhar em prol de uma cada vez melhor MGF”, disse.

Tal como Esmeralda Cunha, deixará nos próximos dias a USF das Conchas, para integrar a UCSP Lumiar e lutar pela criação da USF Dona Amélia de Portugal.



“Instituições dinâmicas e abertas que respondem às necessidades dos cidadãos”

Na cerimónia de inauguração, a secretária de Estado da Saúde, Rosa Valente de Matos, afirmou que, “com estas novas instalações, celebra-se o que deve ser o Serviço Nacional de Saúde”, ou seja, “instituições dinâmicas e abertas que respondem às necessidades dos cidadãos”. A responsável enalteceu ainda o facto de ser mais uma unidade de CSP que deixa de estar localizada num prédio.

A diretora executiva do ACES Lisboa Norte, Manuela Peleteiro, salientou, por sua vez, “o momento histórico” e Margarida Lucas, a diretora clínica do CHLN, expressou a vontade de ver, até ao final deste ano, “a segunda USF a instalar-se no Parque da Saúde Pulido Valente”.


Luís Pisco, Margarida Lucas, Pedro Alves, Rosa Valente Matos e Manuela Peleteiro 

Para o presidente da ARS de Lisboa e Vale do Tejo, “estas instalações irão permitir prestar melhores cuidados de saúde, com maior conforto e comodidade, em benefício da população”, reforçando “a qualidade dos CSP na região”.



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