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IPO de Coimbra inaugura centro de dados e elimina processos clínicos em papel

A inauguração, há uns 3 meses, do novo centro de processamento de dados do IPO de Coimbra veio contribuir para que os processos clínicos em papel de todos os seus doentes tenham sido eliminados com a entrada em 2018. A operação tinha sido iniciada há cerca de 2 anos.

Carlos Santos, presidente do Conselho de Administração do Instituto Português de Oncologia de Coimbra, sublinha que a tarefa de informatizar todos os processos e não apenas os dos novos doentes apresenta algumas particularidades no caso de instituições como a que dirige. E explica porquê:

“Grande parte dos nossos doentes mantém-se connosco durante muito tempo, portanto, quando se evolui para um sistema de informatização do registo clínico colocam-se desafios diferentes dos de um hospital geral, com episódios onde, normalmente, a fidelização dos doentes é menor.”


Pedro Couceiro e Carlos Santos

Em declarações à Just News, Carlos Santos acrescenta que estão a ser informatizadas igualmente todas as áreas de meios complementares de diagnóstico e terapêutica, da anatomia patológica à imagiologia, passando pela patologia clínica. “É hoje possível ter acesso automático aos resultados de todos os exames, às imagens de radiologia, e tudo isso de forma integrada”, diz.

Desafios da cibersegurança

Esta evolução coloca desafios em termos de segurança e isso explicará, de certa forma, o facto de o tema da última sessão do “Caminho dos Hospitais”, que se realizou precisamente no IPO de Coimbra, ter sido “Os Desafios da Cibersegurança na Saúde”.


Alexandre Lourenço e Carlos Santos 

Alexandre Lourenço, presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH), entidade responsável por esta iniciativa, diz que a escolha do tema se justifica, desde logo, pelo crescente número de incidentes de segurança que, neste âmbito, se têm vindo a verificar.

“Representam uma ameaça para o funcionamento das redes e dos sistemas de informação, o que torna premente o reforço dos mecanismos de proteção dos sistemas e dos recursos técnicos e logísticos necessários à melhor preservação dos meios tecnológicos ao serviço do cidadão”, sublinha aquele responsável.


Henrique Martins, Helena Reis Marques, Pedro Couceiro, Teresa Magalhães e Carla Barbosa

Henrique Martins, presidente dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, e Teresa Magalhães, coordenadora do Grupo de Trabalho para a Gestão da Informação em Saúde da APAH, foram dois dos intervenientes no debate, cuja moderação esteve a cargo de Helena Reis Marques, administradora hospitalar. 

Carla Barbosa, advogada e investigadora no Centro de Direito Biomédico de Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, e Pedro Couceiro, diretor do Serviço de Gestão de Sistemas de Informação do IPO de Coimbra, integraram igualmente o programa da sessão realizada em dezembro. 



Recordando a apresentação de Pedro Couceiro, Carlos Santos salienta: "Temos consciência dos desafios que toda esta evolução coloca em termos de segurança." 

E logo assegura que “as questões em matéria de segurança estão adequadamente endereçadas no IPO de Coimbra. Foi feita formação intensiva e massiva a todos os profissionais sobre como evitar os comportamentos que envolvam o risco de vulnerabilizar a instituição, particularmente a ataques de ransomware. Faz parte da integração dos novos colaboradores dar-lhes informação sobre como evitar esses riscos.”

Instituição preparada para acolher o SONHO V2

O IPO de Coimbra tem, neste momento, as infraestruturas preparadas para acolher a evolução e a migração para o SONHO V2, a versão atualizada e melhorada do SONHO – Sistema Integrado de Informação Hospitalar, desenvolvido na década de 90, para suporte ao serviço administrativo dos hospitais, assegurando o controlo da produção e da faturação.



“Estaremos, a todo o momento, num processo de entrada no SONHO V2 e isso obrigou-nos, nos últimos 2 ou 3 anos, a incluir as preocupações com o desenvolvimento dos nossos sistemas de informação e das tecnologias que os suportam no centro do nosso plano estratégico”, refere Carlos Santos.



A decisão de "montar um data center que é, provavelmente, um dos mais atualizados em Portugal na área da Saúde” deixa o presidente do IPO de Coimbra tranquilo:

“Tem capacidade para alojar um número de servidores e de bastidores suficiente para responder às necessidades de hoje, mas também para permitir o desenvolvimento futuro, em termos de capacidade de armazenamento de informação, com requisitos de segurança que estão ao nível de qualquer país europeu.”




Na edição de janeiro do Hospital Público pode ser lida a notícia completa

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