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Mais de 25 mil cirurgias em ambulatório: Qualidade reconhecida internacionalmente

A Unidade de Cirurgia de Ambulatório (UCA) do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), instalada no Hospital Geral (Covões), já operou, desde que abriu, em junho de 2012, mais de 25 mil pessoas, sendo tema de reportagem no jornal Hospital Público de fevereiro. A qualidade e a segurança dos cuidados prestados são reconhecidas internacionalmente. Prova disso mesmo é o facto de estar acreditada pela ACSA International, desde setembro de 2016.

Aumentar os tempos cirúrgicos com "grande esforço coletivo"

A produção cirúrgica da UCA tem vindo a aumentar consideravelmente ao longo dos anos. Em 2013 foram operados 3321 doentes. Três anos depois, em 2016, o número quase duplicou, tendo sido efetuadas 5564 cirurgias.



A Unidade, onde trabalham 26 enfermeiros, cinco assistentes técnicos e 13 assistentes operacionais, tem atualmente 40 tempos operatórios, mais 20 do que no ano em que abriu. “Conseguimos, com grande esforço coletivo, aumentar os tempos cirúrgicos, com e sem recurso a anestesia geral, o que se traduziu também num incremento muito substancial do número de consultas pré-operatórias realizadas”, indica o anestesiologista Francisco Maio Matos, que coordena a Unidade desde junho de 2015.

Apesar do grande movimento assistencial, a sala de espera tem sempre poucas pessoas, entre doentes e acompanhantes, embora, por dia, sejam feitas cerca de 30 cirurgias, tal como a Just News teve oportunidade de confirmar no dia em que a reportagem foi feita. Isto acontece porque as consultas e as cirurgias são escalonadas ao longo de todo o dia e os doentes operados são distribuídos diariamente por dois pontos de admissão e de alta.

O médico conta que, quando assumiu a coordenação, a taxa de cancelamento cirúrgico era elevada e o número de doentes operados ficava aquém do potencial da Unidade, tendo em conta a equipa “altamente diferenciada” e as condições físicas e recursos técnicos disponíveis.

“Melhorámos a taxa de concretização dos doentes propostos de 72 para 91%, em 2016”, revela. No futuro, é objetivo aumentar os tempos cirúrgicos de áreas como a Ginecologia, a ORL e a Neurocirurgia. “Queremos realizar ainda mais cirurgias de coluna.



No primeiro ano em que fizemos este tipo de cirurgia, foram operados 60 doentes e no segundo ano aumentámos mais de 50%, existindo ainda um grande potencial de crescimento”, diz, acrescentando que a Urologia e a Cirurgia Geral são áreas que também estão em crescimento.

Francisco Maio Matos defende que a cirurgia ambulatória é uma forma de evitar infeções hospitalares, dado que o tempo de permanência do doente na Unidade é reduzido, estando integrado num plano perioperatório mais personalizado, que minimiza o tempo distante de casa, da família e do emprego.

Qualidade e segurança: acreditação pela ACSA International

Outra das grandes apostas foi o aumento da qualidade e segurança dos cuidados prestados. “Em 2015, no âmbito da candidatura para a obtenção da acreditação da ACSA-Agencia de Calidad Sanitaria de Andalucía International, iniciámos um percurso de enorme exigência que nos obrigou a um esforço de organização interna e de desenvolvimento de todos os procedimentos necessários a este processo de acreditação (mais de 100), sem nunca esquecer o importante reforço que pretendíamos na nossa atividade assistencial.”



A acreditação exige a aplicação concreta de metodologias e instrumentos, nomeadamente, o estabelecimento de procedimentos clínicos e de boas práticas e o acompanhamento (com alertas) de todos os recursos disponíveis na Unidade.

Obriga, ainda, a que exista a definição de um percurso previsível e lógico em todos os processos assistenciais de cada uma das patologias. Francisco Maio Matos dá um exemplo:

“Se um doente vem ser operado a uma catarata, já tem definido qual o circuito a percorrer na Unidade e quais os cuidados a ter em cada período assistencial, no processo de admissão pelo secretariado, no acolhimento e preparação pelo enfermeiro, durante o percurso do bloco operatório, no recobro de fase 1 (em que o doente está deitado ou sentado), no recobro de fase 2 (em que se inicia mobilização) e na alta para o domicílio.”



11 especialidades cirúrgicas

O que também cresceu foi o leque e a diferenciação das especialidades cirúrgicas que trabalham na UCA. São, atualmente, 11 – Cirurgia Geral, Cirurgia Plástica, Cirurgia Vascular, Estomatologia, Ginecologia, Neurocirurgia, Cirurgia Maxilofacial, Oftalmologia, ORL, Ortopedia e Urologia –.

Passaram, entretanto, a ser realizadas cirurgias que ali não eram feitas, em particular, abdominoplastias (Cirurgia Plástica), cirurgias minimamente invasivas da coluna (Neurocirurgia), microcirurgias ontológicas (ORL) ou cirurgias de reparação de varizes por radiofrequência (Cirurgia Vascular).



“O cuidado ao doente é o que mais me motiva”

Coordena a Unidade de Cirurgia de Ambulatório do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), bem como o Bloco Operatório do Hospital Geral e ainda o Centro de Simulação Biomédica de Coimbra, que ajudou a criar.

O anestesiologista integra também o Departamento Internacional do CHUC e é o representante português no Conselho da ESA (European Society of Anaesthesiology) para o triénio 2017-2020, estando, aliás, envolvido, enquanto coordenador técnico-científico, na organização da Cimeira Mundial de Saúde, a realizar em abril deste ano, em Coimbra.



“O cuidado ao doente é o que mais me motiva. A Anestesiologia surgiu no final do curso, sobretudo pela vertente da emergência, e sempre me fascinou, pela sua abrangência na emergência, bloco operatório, cuidados intensivos e dor.”

A gestão é também uma área que o atrai. Acredita que, “havendo uma gestão adequada, e com os recursos humanos de que dispomos, os hospitais públicos podem e devem ser o referencial de qualidade e segurança do sistema de saúde português”.

Integra uma lista de 40 gestores com menos de 40 anos selecionados, em Portugal, para o projeto “40 Líderes Empresariais do Futuro”, que une a revista “Exame” e o FAE (Fórum de Administradores e Gestores de Empresas), que visa destacar uma nova geração de talento.

Além de todas as funções de gestão que desempenha, faz questão de continuar a fazer emergência, integrando a equipa INEM do CHUC, e a sua atividade clínica na esfera da Anestesiologia.



A reportagem completa, onde são entrevistados vários profissionais, sobre a Unidade de Cirurgia de Ambulatório do CHUC pode ser lida no Hospital Público de fevereiro.

Distribuído de forma transversal nas unidades hospitalares do SNS de todo o país, o jornal Hospital Público promove a partilha de boas práticas, processos de melhoria contínua, projetos inovadores e iniciativas implementadas por profissionais dos hospitais públicos.

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