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Médicos da Indústria Farmacêutica querem dar uma «resposta eficiente» às necessidades da sociedade

Nos últimos anos a Indústria Farmacêutica efetuou um vasto conjunto de alterações na sua estrutura, a fim de se adaptar às mudanças ocorridas na sociedade, dinamizadas pelas autoridades regulamentares, mas também pelos próprios doentes e profissionais. A ideia foi transmitida por Acílio Gala, presidente da Associação dos Médicos Portugueses da Indústria Farmacêutica (AMPIF), ao intervir na 10.ª Reunião Bienal da organização, que decorreu recentemente em Lisboa.

“É com base em toda esta velocidade de mudança e nas novas realidades que nós, AMPIF, enquanto estrutura dos assuntos médicos, temos de estar atentos, ativos e participantes”, afirmou, referindo que resolveram levar estes aspetos a discussão na reunião agora realizada, em que, para além de médicos, participaram farmacêuticos, biólogos, químicos e estudantes de Medicina e Farmácia.



Quando questionado acerca dos principais desafios que esta “velocidade de mudança” coloca aos médicos da IF, o presidente da AMPIF fez referência a “três pontos muito concretos”. O primeiro é a necessidade de compreender que, sem formação específica, não vai ser possível que estes médicos deem uma "resposta capaz e eficiente" às necessidades que a IF e a sociedade vai apresentando.



O outro aspeto passa por compreenderem que estão “todos no mesmo barco” e que terão de falar entre si, ou seja, as estruturas médicas têm de comunicar com as regulamentares e com as das áreas económica e de farmacovigilância, “uma vez que todos contribuem para o mesmo fim”.

Acílio Gala salientou ainda que “a pessoa” esteve no centro da agenda desta reunião. “Começámos por abordar a questão dos recursos humanos, abordámos a inovação, a investigação e os ensaios clínicos, falámos também na ética, na deontologia e na transparência, ou seja, focámos pontos essenciais em que a pessoa está no centro.”



Conflito lucro/ética

 

José Manuel Silva, bastonário da Ordem dos Médicos, marcou presença nesta reunião, tendo abordado a temática “Interações éticas com profissionais de saúde”. Em declarações à Just News, referiu-se “ao conflito quase que irreconciliável” entre os objetivos de lucro e a ética, sublinhando que os médicos têm uma missão nuclear em termos de garantir o cumprimento da ética na IF, além de colaborarem com o seu conhecimento no desenvolvimento da cultura científica da Indústria.



“A IF tem um papel insubstituível naquele que é o seu campo de ação, a descoberta e a comercialização de novos métodos terapêuticos, e todos nós beneficiamos desse papel de valor inestimável. No entanto, existe sempre o reverso da medalha, que neste caso é a necessidade de lucrar ao máximo”, indicou, acrescentando que isso dá origem a um conflito com a transparência e a ética, com a verdade e com o rigor científico.

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