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Médicos e enfermeiros portugueses ajudam a implementar triagem de Manchester em África

Depois de Angola e Cabo Verde, o Departamento de Emergências do Ministério da Saúde de Moçambique está a considerar a implementação da triagem de Manchester nos quatro hospitais centrais de Moçambique, situados em Maputo, Beira, Nampula e Quelimane, com a ajuda de médicos e enfermeiros do Grupo Português de Triagem (GPT).

A iniciativa partiu do Ministério da Saúde moçambicano, no âmbito de uma reestruturação da rede de urgência e emergência, revelou António Marques, membro da Direção do GPT, durante a 2ª Reunião Internacional do GPT, que decorreu recentemente no auditório do INFARMED, em Lisboa.



“Devagarinho, a verdade é que estamos a espalhar as boas-novas além-fronteiras e para outros países de expressão portuguesa”, referiu o médico anestesista António Marques, que, além de ser um dos fundadores do GPT, é também diretor do Centro Materno Infantil do Norte (CMIN) - Centro Hospitalar do Porto.

O Grupo Português de Triagem é uma associação sem fins lucrativos criada há cerca de 15 anos por médicos e enfermeiros portugueses com experiência na gestão e implementação do Protocolo de Triagem de Manchester (PTM) nos serviços de Urgência. Depois de terem ajudado a replicar em Portugal, Espanha e Brasil este modelo que classifica o risco clínico de cada situação com uma cor, estão a ajudar a transportá-lo para outros países, nomeadamente os africanos de expressão portuguesa.

“Os países menos desenvolvidos ao nível da organização da Saúde têm geralmente uma afluência anormalmente elevada aos hospitais porque não existe resposta nos cuidados de saúde primários. O centro do sistema é o hospital, pelo que as urgências ficam sobrelotadas. Neste contexto, é preciso criar condições para saber dizer quem pode esperar e quem tem que ser visto no imediato, de uma forma uniforme, independentemente da hora e do dia, ou de quem é o profissional de serviço na triagem”, sublinha António Marques.



Segundo o médico, que foi um dos oradores de um painel sobre o Protocolo da Triagem de Manchester, em Portugal e no mundo, a primeira “internacionalização” do GPT começou em 2005, para ajudar os espanhóis a iniciar o seu próprio sistema. Em 2007, trabalharam em conjunto com o Brasil.

“Em 2013, começámos em Angola, nas principais unidades hospitalares privadas de Luanda, a Clínica Girassol e a Clínica Sagrada Esperança, envolvendo ainda o principal hospital público, Américo Boavida, ligado à Faculdade de Medicina. Neste momento, existem outras perspetivas de crescimento”, referiu.

“No ano passado, o sistema de triagem foi implementado em Cabo Verde, com especial realce no Hospital Baptista de Sousa, em Mindelo, ilha de São Vicente. Existe interesse no Hospital Agostinho Neto, da Cidade da Praia, ilha de Santiago, bem como a intenção do Ministério da Saúde de replicar o sistema em todas as unidades do País. Agora, estamos a negociar com o Ministério da Saúde de Moçambique para avançar nos quatro grandes hospitais centrais públicos”, revelou.



Em Portugal, o Sistema de Triagem de Manchester foi implantado a 18 de outubro de 2000 em dois hospitais, o Fernando Fonseca (Amadora) e o Hospital de Santo António (Porto). Nesta altura, António Marques era o diretor do Serviço de Urgência do Hospital de Santo António. Desde então, outras instituições hospitalares foram aderindo voluntariamente ao PTM, integrando o Grupo Português de Triagem.









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