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Otorrinolaringologia do CHLC: «Temos sinergias muito efetivas com áreas fronteira»

Ezequiel Barros, que dirige o Serviço de Otorrinolaringologia (ORL) do Centro Hospitalar Lisboa Central (CHLC) – que funciona em dois polos, o do Hospital de São José e o do Hospital de Dona Estefânia –, diz que, hoje em dia, não faz sentido que se pratique uma medicina que não funcione de forma agregada, "tendo os médicos das diferentes áreas de trabalhar em equipa".

Em declarações à Just News, o medico refere que "no Serviço de ORL do CHLC temos sinergias muito efetivas com áreas fronteira”, fazendo referência à Neurocirurgia, à Cirurgia da Base do Crânio – tanto da parte da Otoneurologia como da Rinoneurologia – e ainda à Neurorradiologia e à Radiologia, “muito importantes” para a realização dos diagnósticos.

Além disso, menciona ter-se desenvolvido, também, “uma ótima relação” com a Oftalmologia, devido “ao estudo e à partilha de alguns casos mais complicados”.



“Estamos num hospital de fim de linha. Todos os casos têm de ser resolvidos aqui e isso tem de ser feito com a Oncologia Médica, com a Imunohemoterapia, com a Unidade de Cuidados Intensivos...”, menciona.

E explica: “Existe uma ótima relação de funcionalidade e de prestação de serviços, dentro das possibilidades que temos no que respeita aos recursos humanos, que são cada vez menores.” De referir, ainda, a parceria com a Imunoalergologia do Hospital de Dona Estefânia.

“Não somos suficientes para as necessidades”

Diretor do Serviço de ORL do CHLC desde 2006, Ezequiel Barros queixa-se, essencialmente, da falta de recursos humanos, mencionando ter, atualmente, apenas 17 especialistas e 10 internos. "Ainda assim, o ano passado, foram feitas umas 30 mil consultas", salienta o médico.

Sublinha que são necessários mais especialistas para se poder garantir não apenas a funcionalidade da atividade programada, "como a diferenciação das técnicas que neste CH se realizam, o apoio ao Serviço de Urgência e a formação de novos otorrinos".

“O Serviço de Urgência é uma realidade que tem de ser aceite. Andamos em luta porque os recursos são escassos e não chegamos para cumprir todas as necessidades de prestar assistência 365 dias por ano, 24 horas por dia”, afirma Ezequiel Barros, acrescentando aguardar, com “alguma ansiedade”, as alterações que espera venham a ser concretizadas pela Tutela.

“É necessário, pelo menos, contratar mais otorrinos. Não faz sentido continuar a enviar especialistas para os hospitais distritais e descapitalizar as instituições que têm de assegurar a Urgência as 24 horas do dia”. Até ao momento, apesar das dificuldades, o Serviço de Urgência do CHLC tem contado sempre com o apoio de dois otorrinolaringologistas.

Questionado acerca da previsível mudança para o projetado Hospital de Lisboa Oriental em 2020, Ezequiel Barros afirma: “É impossível continuar a trabalhar nestas instalações. Embora o hospital seja funcional e moderno por dentro, gasta-se muito dinheiro em renovações e atualizações”, menciona.

E acrescenta: “O Hospital de São José é provisório desde 1755. Formou-se cá muita gente, é das melhores escolas de Medicina que temos em Portugal. Porém, os tempos, as mentalidades e os desafios tecnológicos são outros, precisamos de uma renovação.”

Além disso, poder juntar os dois polos do Serviço irá facilitar o seu trabalho enquanto diretor, uma vez que, embora mantenham algumas interligações em termos de funcionalidades, encontram-se geograficamente afastados.


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