Radiologia: juntar os profissionais envolvidos «na cadeia produtiva dos exames de imagem»
Médicos e técnicos juntaram-se no XIV Congresso Nacional de Radiologia 2018, que decorreu, entre 16 e 19 de maio, em Albufeira. Para Filipe Caseiro Alves, presidente da Direção da Sociedade Portuguesa de Radiologia e Medicina Nuclear (SPRMN) e responsável pelo evento, foi uma oportunidade de "juntar todos os profissionais que estão envolvidos na cadeia produtiva de todos os exames de imagem”, daí a coorganização com a Associação Portuguesa de Técnicos de Radiologia, Radioterapia e Medicina Nuclear (ATARP).
Para Filipe Caseiro Alves, a abertura do congresso aos técnicos de Radiologia, Radioterapia e Medicina Nuclear fez todo o sentido, porque juntaram-se “à sua família natural”. O responsável destacou o programa paralelo da ATARP, intitulado Radiographers, que considerou ter sido “muito atrativo”.
Além disso, como apontou, “há assuntos em comum que têm de ser discutidos para se prestar cada vez melhores cuidados de saúde”.
O Congresso contou com a participação de palestrantes internacionais, destacando-se, na sessão de abertura, a presença de Angel Gayete, presidente de la Sociedad Española de Radiología Médica; Gloria Soto, representante do Colegio Interamericano de Radiologia; Manoel Sousa Rocha, presidente do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem; e Mauro Brandão, vice-presidente da Sociedade Paulista de Radiologia.
Radioproteção: desafios da nova diretiva europeia
Da ATARP esteve a presidente, Joana Santos. Sobre o programa paralelo do congresso, o Radiographers, destacou a sessão final sobre “Radioproteção e a nova diretiva europeia – O que vai mudar?”.
Em declarações à Just News, a responsável relembrou que a diretiva EURATOM 2013/59, que fixa as normas de segurança de base relativas à proteção contra os perigos resultantes da exposição a radiações ionizantes, traz algumas alterações à anterior, sobretudo no que passa a ser obrigatório.
“Esta diretiva deverá ser aproveitada para a definição de responsabilidades, habilitações e competências não previstas atualmente, logo é necessário que a sua implementação seja multidisciplinar”, comentou.
Tendo em conta o papel dos "radiographers" no espaço europeu, “os nossos contributos para a mudança desta diretiva reforçam o nosso papel enquanto profissionais que contactam diretamente com o doente e com a tecnologia que utiliza radiação”.
Como acrescentou, “somos quem manipula, tendo a responsabilidade de implementar a cada procedimento medidas de proteção radiológica e de otimização, diminuindo o risco para os doentes”.
Elementos da Direção da ATARP no Congresso de Radiologia: Luís Domingos (tesoureiro), Rute Santos (secretária), Joana Santos e Altino Cunha (vice-presidente)
A transposição da diretiva é o mais recente desafio da ATARP que celebra, este ano, 50 anos. Mas existem outros. “A escassez de recursos humanos aumenta a carga de trabalho dos profissionais e dificulta a formação contínua.”
Contudo, como fez questão de salientar, “os técnicos são persistentes e estão orgulhosos no que fazem, participando em inúmeros eventos nacionais e internacionais, mestrados e doutoramentos que potenciam a reflexão científica, transportando para a prática diária as melhores práticas”.