Cepheid Talks

Relatório da DGS diz que há menos casos de infeção por VIH, mas mantêm-se assimetrias regionais

Em 2013, registou-se um decréscimo do número de novos casos de infeção por VIH, de novos casos de SIDA e de óbitos associados à infeção por VIH. O problema continua a ser a transmissão em homens que têm sexo com homens, que aumentou nos últimos dez anos, e as desigualdades entre regiões. O relatório “Portugal – Infeção VIH, SIDA e Tuberculose” foi apresentado por António Diniz, o responsável pelo Programa Nacional para a Infeção VIH/SIDA da Direção-Geral de Saúde.

A transmissão mãe-filho ocorreu apenas em dois dos 197 recém-nascidos de mães infetadas por VIH e as taxas de incidência mais elevadas registaram-se em Lisboa, Porto, Loures, Amadora, Setúbal, Sintra, Oeiras e Faro. “É preciso combater esta desigualdade geográfica, já que 55% do total de casos notificados concentram-se na Grande Lisboa e na Península de Setúbal”, afirmou António Diniz.

As relações sexuais desprotegidas continuam a ser a principal via de transmissão (90%), enquanto nos utilizadores de drogas injetáveis há uma tendência para que o número total de casos notificados (inferior a 7%) decresça.

Em relação à tuberculose, foram notificados 2195 casos durante 2013, tendo-se observado, em comparação com o ano anterior, “uma redução da taxa de incidência de cerca de 7%”, pode ler-se no relatório. Lisboa e Porto continuam a ser as cidades com maior incidência de tuberculose do país. 38% dos doentes com tuberculose tinham comorbilidades reconhecidas como de risco, como a infeção por VIH (14,5%).

António Diniz referiu que são necessárias medidas para melhorar os resultados. Entre as mesmas está o reforço das estratégias de implementação de diagnóstico precoce de infeção por VIH, através dos cuidados de saúde primários. Também é preciso ter em conta a promoção da discussão estruturada de novas abordagens de prevenção, diagnóstico e tratamento, a definição de estratégias conjuntas de atuação nos grandes centros urbanos e a identificação e correção das barreiras de diagnóstico célere da tuberculose.

Paulo Macedo, ministro da Saúde, salientou que “ainda há muito para fazer”, mas o importante é verificar que “não temos ficado parados por causa da crise, que olhamos para a realidade para ver o que é preciso fazer”.

Imprimir


Próximos eventos

Ver Agenda