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Tratar a dor crónica para poupar o SNS

 “Este ano, quisemos reforçar e enfatizar a importância de tratar de forma adequada e precoce a dor crónica”, afirmou Duarte Correia, presidente da APED, a propósito do Dia Nacional de Luta Contra a Dor, assinalado a 17 de outubro.

O objetivo é, segundo aquele responsável da Associação Portuguesa para o Estudo da Dor, “melhorar a qualidade de vida das pessoas que sofrem de dor crónica, as suas capacidades e desempenho laboral, diminuindo o presencismo no local de trabalho, as baixas médicas ou as reformas antecipadas”. Pretende-se ainda “minorar o recurso ao SNS, porque os doentes com dor crónica não controlada recorrem com mais frequência aos centros de saúde, às consultas e às urgências antecipadas”.

A dor associada à neuropatia diabética foi um dos temas em destaque este ano. De acordo com Duarte Correia, este tipo de dor afeta gravemente a qualidade de vida, as atividades diárias do doente, a sua independência pessoal e a sua capacidade laboral, restringindo as suas relações interpessoais.

“A doença neuropática é um problema de saúde pública, devendo todos os médicos estar adequadamente familiarizados com o seu diagnóstico e tratamento”, refere.

Para assinalar a data, a APED promoveu uma sessão, na Aula Magna da Faculdade de Medicina do Porto, onde foram anunciados os laureados das bolsas “APED de apoio à formação na área da dor” e entregues os prémios “Desenhar a minha dor”, “Revista Dor/Bene Farmacêutica”, “Jornalismo Dor” e “Grünenthal Dor”.

Este ano, na vertente da Ciência Básica, as bolsas APED de apoio à formação na área da dor foram entregues a Ana Carla David Pereira, que fará um estágio no Instituto de Biomedicina da Universidade de Helsínquia. Na vertente clínica, as bolsas foram entregues a Belinda Manuel Neves Pinho Oliveira, que estagiará no St. George´s Hospital, em Londres, e a Marta Alexandra Osório de Matos, que estagiará no Health Psychology Department of Experimental-Clinical and Health Psychology, da Universidade de Ghent, na Bélgica.

O prémio Revista Dor/Bene Farmacêutica na categoria Ciências Básicas foi entregue ao artigo “Papel da noradrenalina na facilitação da dor crónica no encéfalo”, da autoria de Isabel Martins, Deolinda Lima e Isaura Tavares. Na categoria de Ciência Clínica, foi atribuído ao artigo “Dor persistente pós-cirúrgica: reflexão crítica acerca de fatores de risco e estratégias preventivas de intervenção psicológica”, da autoria de Patrícia Pinto e Armando Almeida.

Paula Rebelo, da RTP, venceu o Prémio Jornalismo Dor, na categoria de televisão, com uma reportagem com enfoque no impacto da dor crónica na população portuguesa e as consequências do seu não tratamento. Anabela Silva, jornalista da Antena 1, foi a vencedora na categoria de rádio, pela reportagem sobre a dor que sentem os profissionais de saúde que nos tratam.

O Prémio de Investigação Básica Grünenthal Dor foi atribuído ao trabalho “Administração intratecal de toxina botulínica do tipo A melhora o funcionamento da bexiga e reduz a dor em ratos com cistite”, da autoria de Ana Coelho, Raquel Oliveira, Ornella Rossetto, Francisco Cruz, Célia Duarte Cruz e António Avelino, da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) e do Instituto de Biologia Molecular e Celular (FMUP/IBMC).

O Prémio de Investigação Clínica foi entregue ao trabalho “Dor crónica e utilização de serviços de saúde – Poderá existir sobreutilização de testes diagnósticos e iniquidades na utilização de tratamentos não farmacológicos”, da autoria de Luís Azevedo, Altamiro da Costa Pereira, Liliane Mendonça, Cláudia Camila Dias e José Manuel Castro Lopes, da FMUP.

Foram oito os vencedores dos prémios “Desenhar a minha dor”: dois na categoria menos de 6 anos, três na categoria 6 a 9 anos e três na categoria 9 a 12 anos. A atribuição deste prémio tem por objetivo distinguir trabalhos de crianças hospitalizadas que traduzam as suas perspetivas pessoais da dor.

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