Investigação na área da triagem: Hospital de Cascais vence 1ª edição do Prémio Prof.ª Janet Marsden
Um grupo de profissionais do Hospital de Cascais, que desenvolveu um trabalho intitulado “A importância da triagem nos sistemas de suporte à decisão clínica nas fast tracks da urgência geral do Hospital de Cascais”, venceu o Prémio Prof.ª Janet Marsden. Esta foi a primeira edição do galardão, atribuído durante a 4.ª Reunião Internacional do Grupo Português de Triagem (GPT).
O Prémio, que a partir de agora passará a ser atribuído anualmente, homenageia a personalidade que dá o nome ao mesmo, que foi fundadora do Manchester Triagem Group, tendo participado com o GPT na implementação de muitos projetos internacionais tais como a implementação da Triagem de Manchester em Portugal, em Espanha e no Brasil e também na implementação da Triagem Telefónica nos Açores e que faleceu este ano.
Paulo Freitas, presidente do GPT, explica que o objetivo do Prémio, que tem o valor pecuniário de 1000 euros, é reconhecer os trabalhos de investigação científica centrada na Triagem de Manchester desenvolvidos por médicos e enfermeiros.
“Os serviços de Urgência são aqueles que veem mais doentes em todo o mundo, muito mais do que qualquer outro serviço de internamento. E a investigação científica na área da triagem é escassa, o que é um contrassenso”, médico internista e diretor do Serviço de Medicina Intensiva do Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca.
"Trabalho verdadeiramente inovador"
Relativamente ao trabalho vencedor, que será publicado internacionalmente, Paulo Freitas afirma: “A utilização das ferramentas informáticas já é uma prática do dia-a-dia. O uso de ferramentas de inteligência artificial na identificação das vias verdes ligadas à triagem é uma inovação. São ferramentas que ajudam na decisão. Trabalho verdadeiramente inovador.”
Vencedores do Prémio Prof.ª Janet Marsden
De acordo com o nosso entrevistado, “há muitas pessoas a desenvolverem trabalhos na área da triagem, mas é necessário estimular a realização de investigação de trabalhos com um nível científico reconhecido e que possam implicar melhorias no sistema de triagem”.
“A investigação científica é fundamental para a melhoria contínua da triagem de Manchester e na determinação do risco clínico”, completa. O trabalho vencedor foi anunciado no final da reunião, depois de terem sido apresentados os três finalistas.
Balanço “muito positivo”
Para Paulo Freitas não há qualquer dúvida, o balanço da Reunião é “muito positivo” e salienta a incapacidade de se aceitarem todos os pedidos de inscrição, dado o grande interesse e adesão suscitado. Foram apresentados trabalhos de investigação em diferentes áreas, bem como discutidos aspetos práticos, "como a utilização da triagem na gestão de catástrofe".
Paulo Freitas
O programa terminou com os avanços na triagem telefónica e projetos relacionados com o utilizador frequente das urgências e idosos, entre outros.
Esta foi a primeira vez que a Reunião do GPT englobou a Reunião Mundial do International Working Group do Manchester Triagem System, na qual estiveram presentes representantes de diversos grupos internacionais, de 25 nacionalidades diferentes.
Trabalhos finalistas:
Título: “A importância da triagem nos sistemas de suporte à decisão clínica nas fast tracks da urgência geral do Hospital de Cascais - TRABALHO VENCEDOR
Autor: Ana Rafaela Kun Rodrigues Alves Noeme Prado, Médica do Serviço de Medicina Interna e do Serviço de Urgência Geral do Hospital de Cascais – Grupo Lusíadas Saúde
Coautores: Maria Olinda de Medeiros e Pedro Dinis Esteves Caldeira (Enfermeiros), Rita Sousa Kadic (Diretora de Eficiência, Qualidade e Melhoria Contínua) e Sílvia Maria Ferreira Moreira da Silva (Gestora de Eficiência e Melhoria Contínua)
Título: “O Sistema de Triagem de Manchester e a avaliação da pessoa com dor”
Autor: Márcio Miguel Coimbra de Carvalho, Enfermeiro no Serviço de Urgência A do CHUC
Título: “O cliente com EAM com ST no HFF: triagem – tempos certos?”
Autor: Filipe Miguel Silva Teixeira, Licenciado em Enfermagem - Serviço Urgência Geral, Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca, EPE, Lisboa
Coautor: Miguel Borges Santos, Assistente Hospitalar de Cardiologia
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