Jornal da Hepatite C

O vírus da hepatite C (VHC) afeta 3% da população mundial. De acordo com o internista Armando Carvalho, apesar de nos últimos anos ter ocorrido uma diminuição da incidência da hepatite C, que resultou de algumas medidas de prevenção, ainda faz falta um programa nacional para as hepatites virais, que inclua a prevenção, o rastreio de pessoas com maior probabilidade de estarem infetadas e o acesso ao tratamento (este já resolvido no caso da hepatite C).

Esta foi uma das mensagens divulgadas num jornal que foi distribuído aos clientes dos hipermercados Jumbo de todo o país. Além de alertar para a importância de prevenir esta doença infeciosa, aborda-se a sua transmissão, diagnóstico e tratamento, bem como alguns factos importantes, como, por exemplo, a relação que existe entre a hepatite C e o consumo de álcool.



A ação, de âmbito nacional, contou com a participação do Núcleo de Estudos das Doenças do Fígado da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI), coordenado por Maria de Jesus Banza, e o apoio do próprio Grupo Auchan (Jumbo), com o patrocínio da Gilead.

Apesar de nos últimos tempos se falar muito de hepatite C, sobretudo devido ao recente aparecimento de terapêuticas mais eficazes, que permitem acabar com o vírus em mais de 95% dos casos, muitas pessoas continuam a desconhecer os contornos da doença.

Neste jornal informativo, o presidente do Colégio da Especialidade de Medicina Interna da Ordem dos Médicos, Armando Carvalho, esclarece que o vírus da hepatite C, por si mesmo, não causa lesões, mas desencadeia uma reação do organismo humano que, na tentativa de o eliminar, provoca a destruição das células infetadas. “Se o doente consegue eliminar o VHC, então a doença fica curada, o que ocorre em cerca de 30% dos infetados”, relata.



Contudo, na maioria dos casos (provavelmente, mais de 70%), a infeção persiste e o doente passa a sofrer de hepatite C crónica. Nesta situação, segundo o médico, que é diretor do Serviço de Medicina Interna A do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, “o processo inflamatório, a destruição das células hepáticas e a regeneração que se segue podem conduzir à formação de cicatrizes (fibrose hepática) que, quando muito marcadas, resultam em cirrose”.

Acrescenta Armando Carvalho que “o fígado fica com uma constituição anormal, com nódulos de células envolvidos por fibrose, com dificuldade de circulação do sangue e com compromisso da função hepática", 

Neste contexto, sublinha o especialista, "pode ainda surgir um tumor do fígado (carcinoma hepatocelular) que, juntamente com a insuficiência hepática e as consequências das alterações circulatórias (hipertensão portal), pode constituir indicação para transplantação hepática e ser causa de morte, quando o tratamento já não for possível”.

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