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Opinião

Dieta Mediterrânica – pressupostos e benefícios


Joana Pardal

Dietista dos Hipermercados Jumbo. Ordem dos Nutricionistas – N.º 1636D joanaisabel.pardal@auchan.pt



Joana Pardal
Dietista dos Hipermercados Jumbo. Ordem dos Nutricionistas – N.º 1636D
joanaisabel.pardal@auchan.pt

O reconhecimento da Dieta Mediterrânica pela UNESCO como Património Cultural Imaterial da Humanidade reforça, juntamente com a evidência científica já existente, que este padrão alimentar se trata de um modelo cultural, histórico e de saúde. Este padrão alimentar é visto como o mais saudável e mais sustentável no mundo.

A Dieta Mediterrânica pode ser seguida através da “Pirâmide da Dieta Mediterrânica”, que assenta nos princípios de um estilo de vida saudável, e tem em conta a atividade física, a convivialidade e a utilização de alimentos tradicionais.

A pirâmide privilegia o consumo de alimentos de diversos grupos, destacando a importância das porções e da frequência da ingestão.

Assim, as refeições praticadas dentro do padrão da Dieta Mediterrânica caracterizam-se por:
• Elevado consumo de produtos hortícolas, fruta, pão de qualidade
e cereais pouco refinados, leguminosas secas e frescas, frutos secos e oleaginosos, que fornecem uma excelente variedade de vitaminas e minerais;
• Ingestão diária de leite e derivados em quantidades baixas a moderadas, fornecendo uma ótima fonte de proteínas de alto valor biológico e de minerais como o cálcio e fósforo;
• Consumo moderado de peixe e ovos, em detrimento das carnes vermelhas, privilegiando assim a ingestão de gorduras insaturadas com valores importantes de ómega 3;
• Utilização do azeite como principal fonte de gordura da alimentação, sendo fonte de gorduras
monoinsaturadas;
• Utilização do alho, cebola, tomate, ervas aromáticas e especiarias nos cozinhados, em detrimento do uso de sal;
• Consumo de produtos produzidos localmente, frescos e da época.
• Cozinha simples com base em preparados que protegem os nutrientes,
como sopas, cozidos, ensopados e caldeiradas, reservando
refeições mais ricas e elaboradas para os dias de festa;
• Ingestão baixa a moderada de vinho,
principalmente nas refeições;
• Água como bebida de eleição.

De facto, a evidência científica indica-nos que os benefícios da alimentação mediterrânica são imensos e que esta tem particular importância a nível da proteção contra doenças cardiovasculares, doenças neurodegenerativas, depressão, alguns tipos de cancro, diabetes, hipertensão arterial e obesidade, reduzindo o risco de mortalidade no seu geral.

O padrão alimentar mediterrâneo deve ser considerado como uma estratégia preventiva muito útil para a população em geral, sendo necessário considerar os fatores de risco relacionados com a dieta nos cuidados de saúde primários da população. Desta forma, a Dieta Mediterrânica é fundamental no campo da saúde pública e da nutrição.

Artigo publicado na edição de outubro do Jornal Médico.

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