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Departamento de Coração e Vasos do CHULN prepara «importante redução das listas de espera»


Rute Reis

Administradora hospitalar do Departamento de Coração e Vasos e do Departamento de Urgência e Medicina Intensiva Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte



Ser administradora hospitalar responsável pelo Departamento de Coração e Vasos (DCV) é um enorme desafio que se revela, contudo, muito gratificante, dada a dimensão deste Departamento, a diferenciação de cuidados prestados e a constante inovação que é necessária para o desenvolvimento constante desta área.

O Departamento integra em si os Serviços de Cardiologia, de Cirurgia Vascular e de Cirurgia Cardiotorácica, sendo ainda Centro de Referência na área de Cardiologia de Intervenção Estrutural, Hipertensão Pulmonar, Cardiopatias Congénitas e ECMO, reunindo áreas de enorme diferenciação.

Ao pensar no DNA destes serviços, associo rapidamente as seguintes palavras: Inovação, Investigação e Progresso. São estes conceitos que nos levam, todos os dias, a trabalharmos como elementos ativos na excelência e competência dos meios utilizados para satisfazer as necessidades dos utentes, seguindo princípios de ética, responsabilidade, transparência e boa governação clínica, com o objetivo da melhoria contínua e constante dos cuidados prestados.


Rute Reis

Para que isso seja possível, o Departamento está dotado de um conjunto de profissionais altamente diferenciados e qualificados que são diariamente desafiados a cumprir a sua missão e responsabilidades, com muitas horas de trabalho, compromisso, dedicação e articulação das tarefas.

Em termos de atividade assistencial, o Departamento realizou no ano passado 47.981 consultas externas, 2633 cirurgias, 7002 procedimentos na área da cardiologia de intervenção, 2864 procedimentos na área da eletrofisiologia e pacing, 82.298 exames de diagnóstico não evasivo na área da Cardiologia, 7991 Eco-Dopplers, 4798 sessões de hospital de dia na área da Cardiologia e Cirurgia Vascular e 203 visitas domiciliárias, tendo sido ainda concluído o Projeto de Acreditação da Qualidade pela Direção-Geral da Saúde do Serviço de Cardiologia e Centro de Referência de Cardiologia de Intervenção Estrutural.

Para além da atividade assistencial referida anteriormente, o DCV está ainda envolvido em dois programas de saúde: o Programa de Tratamento de Doentes com Hipertensão Arterial Pulmonar, que envolveu 224 doentes, e o Programa de Telemonitorização de Doentes com Insuficiência Cardíaca Crónica, que envolveu 28 doentes.


Rute Reis com a enfermeira Ana Almeida e o diretor do Serviço de Cirurgia Vascular, Luís Mendes Pedro 

Com vista à monitorização das metas definidas no Plano de Ação, no que diz respeito à atividade assistencial, aos indicadores de acesso e aos custos, foram estabelecidos um conjunto importante de indicadores chave, que são apresentados e discutidos em reuniões mensais realizadas entre a Administradora da Área, o Diretor do DCV, os Dcretores dos Serviços, a Enfermeira adjunta e o técnico coordenador dos Cadiopneumologistas, bem como reuniões periódicas com os coordenadores das várias unidades do Serviço de Cardiologia, pelo que sempre que se verificam desvios relativamente ao previsto são então estabelecidas e implementadas as devidas ações corretivas.

Estando nós numa era cada vez mais digital e tecnológica e tendo o Departamento tanto espaço para progresso e evolução nesta área, o mesmo tem vindo a trabalhar o seu plano de ação, ao procurar constantemente meios próprios de expansão, que permitam não só minimizar os tempos de resposta mas também reduzir os custos aderentes a estes projetos, para que consigam maximizar os outputs.

Relativamente à estratégia futura para este Departamento, a mesma passa pela criação de um Centro de Responsabilidade Integrado (CRI) bem como pela requalificação das atuais instalações e equipamentos, encontrando-se esta proposta perfeitamente alinhada com a estratégia do CHULN, quer em termos de carteira de serviços, quer de modelo de funcionamento.

O objetivo principal desta estratégia que se encontra a ser desenvolvida visa aumentar a autonomia funcional, bem como a capacidade de organização e de gestão, permitindo ao mesmo tempo potenciar os resultados da prestação de cuidados de saúde, melhorando a qualidade dos serviços prestados e contribuindo para uma maior eficácia e eficiência da utilização dos recursos disponíveis.

Este projeto terá ainda um impacto importante na redução das listas de espera, permitindo também a implementação do cumprimento de níveis de serviço, em termos de qualidade e tempos de resposta, definidos na legislação como Tempos Máximos de Resposta Garantidos.



Outras estratégias que se encontram a ser desenvolvidas neste Departamento são a aposta crescente na ambulatorização dos cuidados de saúde, o incremento dos processos de recolha, sistematização e informatização dos dados, o apoio técnico à formação, ensino e investigação integrados no âmbito e missão do departamento.

Contudo, dado o volume financeiro envolvido em muitas destas estratégias e projetos, é, por vezes, necessário fasear os projetos e estabelecer parcerias externas para alavancar o investimento.

Em suma, as medidas e estratégias que se encontram a ser planeadas e implementadas têm como objetivo posicionar o Departamento como líder nacional e internacional na prestação de cuidados diferenciados de saúde, formação e investigação avançada na área cardiovascular.



Artigo publicado na edição de maio/agosto de 2020 da revista Coração e Vasos.

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