One stop solution: Fujifilm Portugal «reforça a abordagem proativa do modelo médico»

“One stop solution – é desta forma que queremos estar no mercado”, começa por afirmar Pedro Mesquita, diretor-geral da Fujifilm Portugal e Espanha, dando conta que, no nosso país, a Fujifilm é, por enquanto, “a única empresa que oferece, simultaneamente, soluções de endoscopia, radiologia, mamografia digital, ressonância magnética (RM), ecografia, tomografia axial computorizada (TAC) e tecnologias da informação”.

"Simplificar o trabalho dos profissionais de saúde”

“Conseguimos, hoje, oferecer equipamentos capazes de atuar ao nível da prevenção e do diagnóstico, reforçando a abordagem proativa do modelo médico”, afirma, identificando esse como o principal objetivo da constituição, em julho último, da Fujifilm Healthcare Europa.

Também Masaharu Fukumoto, senior vice-president da Fujifilm Europe, destaca que a empresa “está, agora, na primeira linha de todo o processo clínico” e que a pandemia de covid-19 reforçou a estratégia da multinacional japonesa na área médica.


Pedro Mesquita e Masaharu Fukumoto

Se, por um lado, Pedro Mesquita nota que um dos principais objetivos da companhia, quando desenvolve produtos para o mercado, é “beneficiar o doente”, ao mesmo tempo, também “há uma grande preocupação em simplificar o trabalho dos profissionais de saúde”. Reconhecendo que a Fujifilm “tem um conhecimento clínico aprofundado”, salienta que “facilmente identifica as necessidades diárias desses profissionais, o que é bastante diferenciador”.

Masaharu Fukumoto realça a importância da tecnologia para a empresa, defendendo que a inteligência artificial (IA) tem um papel premente ao lado dos meios de diagnóstico por imagem. Na sua opinião, este papel ganha ainda mais força quando utilizado por internos e jovens especialistas que, “não tendo tanta experiência, podem contar com a ajuda da IA na deteção de tumores através de imagens de melhor qualidade”. Ao mesmo tempo, e de uma forma geral, “ajudando-os nos casos mais simples, podem concentrar-se nos diagnósticos mais complexos”.

O diretor-geral da Fujifilm Portugal e Espanha esclarece que o principal objetivo consiste em “ajudar os profissionais de saúde a melhorar a sua precisão, sendo mais eficientes”. Este é um investimento que Pedro Mesquita afirma ter iniciado há mais de 20 anos, no campo do rastreio do cancro da mama.

“Temos vindo a apostar no diagnóstico assistido por computador e, hoje, temos tecnologia na área de IA para endoscopia que introduz diferenciação devidamente validada pelas autoridades competentes na Europa e nos EUA”, realça.

“O objetivo é oferecer recursos integrados"

Também Masaharu Fukumoto revela que, “após criarmos uma forte presença na mamografia, estamos agora a ampliar o portefólio de produtos com a TAC, a RM e a ecografia, esta última muito importante para a Cirurgia, a Ginecologia e a Urologia”.

No entanto, este caminho não se esgota aqui, “conectando o sistema de análise de imagens SYNAPSE 3D com a ecografia, a TAC e a RM para criar a plataforma tecnológica de IA REiLI”. Como evidencia, “o objetivo é oferecer recursos integrados, fortalecendo as soluções por departamento clínico, passando da apresentação de propostas de produto para a oferta de uma fórmula global”.

Presentes em diferentes categorias, o senior vice-president da Fujifilm Europe destaca desde o diagnóstico in-vitro, passando pela imagem, que “permite identificar onde as patologias estão localizadas, qual a sua forma e o seu tamanho”, até à IA, com o fim de “detetar a doença mais facilmente”, ou ao tratamento endoscópico, ao invés de cirúrgico.

“A Fujifilm é a empresa com a mais longa história no campo da imagem e é por isso que consegue identificar as patologias com tanta precisão”, observa, acrescentando que “é esta exatidão que permite que se avance para um tratamento cirúrgico tão localizado”.



Fujifilm Portugal: a primeira a nível europeu a integrar todas as soluções

O mês de setembro ficou marcado pelo momento em que a primeira subsidiária da Fujifilm assumiu total controlo das operações e soluções da Fujifilm Healthcare a nível local.

A escolha recaiu sobre Portugal e as razões que a justificam são variadas. “A Fujifilm Portugal é uma das subsidiárias com melhor performance na Europa, que detinha já grande parte do portefólio, estava a desenvolver o software destinado a workflows clínicos e, inclusivamente, a ajudar os países vizinhos”, refere Masaharu Fukumoto.

Com base nesta capacidade, “decidimos integrar a TAC, a RM e a ecografia na subsidiária portuguesa, procurando oferecer um conjunto de soluções de vanguarda abrangentes e expandi-lo posteriormente aos restantes países europeus”.

Para Pedro Mesquita, este voto de confiança é “uma honra, mas, simultaneamente, uma grande responsabilidade, que vai permitir que a Fujifilm Portugal ofereça uma solução global e abrangente no diagnóstico por imagem”. Salientando que este campo é transversal a todas as especialidades, nota ainda que o grupo tem um peso importante na radiologia e que esta presença incide não só na medicina humana como na veterinária.

Num futuro próximo, o diretor-geral ibérico da Fujifilm tem como objetivo “criar sinergias com a Fujifilm Healthcare España, um mercado maior, com potencial para ver replicado este portefólio”.



MASAHARU FUKUMOTO: A inteira dedicação à Fujifilm

Masaharu Fukumoto nasceu no Japão há 47 anos, tendo-se formado em Economia. Aos 24 anos, o seu primeiro emprego foi na Fujifilm, na área da fotografia. Seis anos depois, abriu a empresa em Joanesburgo, o que encarou como “um grande desafio”, e começou a trabalhar na área médica. Procurando desenvolver o mercado naquele país, a dificuldade na língua local levou-o a solicitar a ajuda da subsidiária portuguesa, momento em que conheceu Pedro Mesquita, em Luanda. “Mais do que um parceiro de negócio, tornou-se um amigo”, refere.

Daí passou pelo Dubai e pelo Médio Oriente, regressando ao Japão para colaborar no desenvolvimento do raio x móvel e da mamografia. Miami, Reino Unido e França também fizeram parte da sua vida profissional, tendo sido diretor geral das duas últimas subsidiárias. Em 2020, foi promovido a senior vice-president da Fujifilm Europe.



PEDRO MESQUITA: “Cedo percebi que a minha vida se vocacionava para a gestão da saúde”

Pedro Mesquita nasceu em Santo Tirso, em 1968. Começou por se licenciar em Radiologia, mas logo percebeu que a sua vida “se vocacionava mais para a gestão da saúde do que para a prestação de serviços de saúde”.

Frequentou uma pós-graduação em Gestão e Marketing e, em 1991, começou a trabalhar na Fujifilm. “Comecei numa equipa de três pessoas, na área da saúde, e hoje somos 72”, refere, notando que, à data, a maior parte do negócio girava em torno da fotografia.

Em 2002, tudo mudou, quando a empresa foi drasticamente afetada pela digitalização e “perdeu 70% das suas receitas”. Três anos depois, Pedro Mesquita foi em busca de novas áreas de negócio nas antigas colónias portuguesas, o que hoje se reflete na presença da Fujifilm em Angola, Cabo Verde e, eventualmente ainda, em Moçambique. “Era preciso diversificar o negócio e a saúde foi o target”, refere.

Em 2011, integrou um projeto muito especial para si, relativo ao diagnóstico in-vitro e, três anos depois, acabou por vir a gerir não só esta área como a da tecnologia de informação médica na Europa e no Médio Oriente.

Desde 2018 que é diretor-geral da Fujifilm Portugal e Espanha, estando presente 75% do tempo em Barcelona, dada a dimensão do mercado. Para Pedro Mesquita, “a habilidade de combinar equipas locais e internacionai no negócio principal da empresa também dita o seu sucesso”.



Notícia publicada na edição de novembro/dezembro do jornal Hospital Público.

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