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Opinião

Vacinação contra a gripe


Graça Freitas

Subdiretora-geral da Saúde



Graça Freitas
Subdiretora-geral da Saúde

A vacinação é a melhor medida de proteção contra a gripe, sobretudo em relação às complicações graves.

A Direção-Geral da Saúde emite, anualmente, uma Orientação com recomendações sobre os grupos prioritários que mais beneficiam da vacina: pessoas com idade igual ou superior a 65 anos, doentes crónicos e imunodeprimidos e grávidas. Também os profissionais de saúde que contactam com doentes são considerados prioritários por terem uma probabilidade acrescida de contrair e de transmitir o vírus aos grupos de risco clínico.

Desde a época gripal 2012/2013, o Serviço Nacional de Saúde adquire cerca de 1 milhão de vacinas contra a gripe para vacinar gratuitamente os cidadãos com 65 ou mais anos e grupos de cidadãos residentes em instituições ou com apoio domiciliário. Esta medida, positiva em termos de ganhos em saúde, tem representado um esforço acrescido para as unidades funcionais do SNS, uma vez que esta vacinação se concentra num período muito limitado no tempo.

Para os cidadãos com menos de 65 anos, a vacina é adquirida nas farmácias, com prescrição médica, e tem uma comparticipação de 37%. Tal como nas épocas gripais anteriores, as receitas emitidas após 1 de julho de 2014, nas quais seja prescrita apenas a vacina contra a gripe, são válidas até 31 de dezembro de 2014.

Segundo estimativa da DGS, considerando os estudos por amostragem do INSA (ECOS) e do Vacinómetro, nas últimas duas épocas gripais (2012/2013 e 2013/2014) a cobertura vacinal da população com 65 e mais anos aumentou, para o que terá contribuído a gratuitidade da vacina neste grupo etário. Em 2013/2014, estima-se que se tenham vacinado, pelo menos, 57% das pessoas com 65 ou mais anos.

A meta da DGS para a próxima época gripal é vacinar, pelo menos, 60% das pessoas com 65 ou mais anos. Diversos estudos indicam que o principal fator de aceitação da vacina contra a gripe é a recomendação por profissionais de saúde, nomeadamente pelo médico assistente.

Para além dos grupos de risco clínico, é essencial aumentar a cobertura vacinal dos profissionais de saúde. A vacina é disponibilizada gratuitamente pelos serviços de saúde ocupacional. Em 2013/2014, no SNS, vacinaram-se 49% dos profissionais de saúde dos ACES e 24% dos hospitais.

Especificamente, no que respeita aos médicos, vacinaram-se 51% dos que trabalham nos ACES e 23% dos médicos hospitalares. Em 2014, haverá, no seu conjunto, quase 2 milhões de vacinas contra a gripe no SNS e nas farmácias, que estarão disponíveis em outubro. A vacinação decorrerá até ao final do inverno.

O investimento que o SNS fez ao adquirir mais de 1 milhão de vacinas para vacinar os cidadãos com 65 ou mais anos, deve ter como retorno a utilização dessas doses. Os profissionais de saúde, como referido, com destaque para os médicos assistentes, têm um papel determinante na adesão dos seus doentes à vacinação contra a gripe.

Vamos concretizar este objetivo. Afinal, as vacinas salvam vidas!



Artigo publicado na edição de outubro do Jornal Médico.

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