Autoimunidade, uma área «com progressos científicos constantes»

A Associação Medinterna, presidida por Carlos Dias, chefe de serviço de Medicina Interna do Hospital de São João, vai realizar, de 4 a 6 de fevereiro, a 14ª edição da sua reunião. O Medinterna International Meeting decorrerá na Fundação Cupertino de Miranda e conta, como habitualmente, com uma forte participação internacional.

Em declarações à Just News, Carlos Dias explica que o programa do evento dará “particular ênfase” a alguns aspetos de laboratório e abordará temas de artrite, no primeiro dia. O segundo dia será dedicado a questões clínicas e de terapêutica de vasculites, lúpus e síndrome antifosfolipídea. No último dia dar-se-á particular atenção às vasculites de órgão e a alguns aspetos de lúpus.  Serão também apresentados, ao longo da reunião, quatro casos clínicos, de Portugal e de Espanha.



O presidente da Medinterna lembra que esta reunião científica internacional anual é organizada pela Associação Medinterna (criada em 2000) desde 2003 e afirma que, ao longo de 13 edições, procurou tornar-se, progressivamente, “mais apelativa” e “atualizada”.

“Escolheu-se como tema a autoimunidade, na medida em que esta é uma área privilegiada dentro do âmbito da Medicina Interna, sendo um tema difícil, com progressos científicos constantes e em grande evolução a nível nacional e internacional”, explica.

Ao longo dos anos, a Associação, cumprindo os estatutos, apoiou vários internos de especialidade de Medicina Interna e alguns assistentes a fazer estágios no estrangeiro, sobretudo na área da Autoimunidade, ou a participar em reuniões científicas.

“Tem sido dada particular ênfase ao lúpus eritematoso sistémico, às vasculites, à síndrome antifosfolipídea, à esclerodermia e à patologia essencialmente reumática, como a artrite reumatoide e as espondiloartropatias”, desenvolve.



Forte participação internacional

É de salientar o facto de a reunião ter vindo, ao longo dos anos, a aumentar a participação de estrangeiros, como palestrantes e assistentes, vindos de vários países da Europa. “Tem sido uma exigência da organização ter os melhores peritos em cada tema, o que obriga a escolher muitos conferencistas vindos de fora. Essa é a razão para a presença de tantos estrangeiros", explica Carlos Dias.

O presidente da Medinterna menciona que alguns, como Yehuda Shoenfeld, de Telavive, Ricard Cervera e Gerard Espinosa, de Barcelona, e outros participam desde a primeira edição, em 2003. Vários outros cientistas têm vindo a participar regularmente, como Jan Damoiseaux e Jan Willem Tervaert, de Maastricht, Cees Kallenberg, de Groningen, e David D´Cruz, de Londres, entre muitos outros.

Reunião inclui temas de cultura geral

Citando Abel Salazar, que dizia que “um médico que só sabe Medicina nem Medicina sabe”, Carlos Dias, que assume igualmente o cargo de presidente da Associação do Voluntariado do Hospital de S. João, afirma que tem havido a preocupação de, em paralelo com o conteúdo programático do evento, existirem temas de cultura geral que possam interessar aos participantes e aliviar um pouco o esforço a que obrigam estas reuniões científicas.

Em anos anteriores, já foram feitas "exposições de pintura, de gravuras, de fósseis recolhidos em Portugal, de pequenas balanças de farmácia e de ourives e até de uma seleção de cartas pré-filatélicas (circuladas antes de 1852)", refere Carlos Dias. Ações que, "normalmente, provocam interesse e curiosidade dos participantes".

Para o 14th Medinterna International Meeting está prevista uma exposição de pintura de uma médica e uma outra dedicada ao correio pré-adesivo (antes de 1852) circulado de e para o Algarve. O programa do evento pode ser consultado aqui.






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