Sociedade Portuguesa de Hipertensão lança iniciativa para maior adesão à terapêutica

"Será pela não adesão, a inércia médica ou a sobrecarga de trabalho que não melhoramos a principal causa de mortalidade e morbilidade geral?" A questão é colocada pelo cardiologista Luís Bronze, presidente da SPH, e dá o mote para um dos temas centrais do 17.º Congresso Português de Hipertensão e Risco Cardiovascular Global.

De acordo com o médico, "a adesão terapêutica é um dos objetivos maiores da SPH", sendo mesmo "um objetivo há vários anos" e percebe-se porquê: "É fundamental para a melhoria do grau de controlo tensional em Portugal e consequente redução da mortalidade cardiovascular."

Precisamente pela sua relevância, Luís Bronze revela que no Congresso, agendado para dias 10, 11 e 12 de fevereiro, em Albufeira, "a Sociedade Portuguesa de Hipertensão dará conta de uma iniciativa nacional para a sua promoção".



Luís Bronze

Várias especialidades, o mesmo objetivo

"Será um momento científico de grande relevância", assegura Luís Bronze, presidente da Sociedade Portuguesa de Hipertensão e do 17.º Congresso Português de Hipertensão e Risco Cardiovascular Global.

O médico faz questão de salientar que se trata do evento "onde especialistas de variadas áreas se juntam com um mesmo objetivo, o de abordar a problemática do principal fator de risco cardiovascular, a hipertensão arterial".

Rosa de Pinho, especialista de Medicina Geral e Familiar (MGF) e presidente da Comissão Organizadora do Congresso, refere que o programa inclui "as novidades mais recentes no domínio de áreas que contribuem para o risco global do doente, como a da diabetes mellitus, cuja terapêutica tem apresentado uma evolução meteórica".


E acrescenta: "Teremos também um novo olhar sobre a dislipidemia, cuja valorização e terapêutica evoluiu."

No "capítulo estrito da hipertensão", revela que "muitos temas estão em evolução, dos quais daremos conta. Entre os mais interessantes está a utilização de equipamentos sem braçadeira no diagnóstico da hipertensão arterial, bem como o uso de equipamentos digitais no controlo terapêutico, fomentando uma melhor adesão à terapêutica, entre outros".


"Ninguém ficará desiludido"

Para Luís Bronze, não há qualquer dúvida de que "muitos outros aspetos do Congresso captarão certamente a atenção dos participantes", até porque, sublinha, "pretendemos abordar temas clínicos muito práticos, como a questão da hipertensão arterial resistente, ou da hipertensão arterial maligna". Mas não só. E acrescenta:

"Vamos estar focados também em pormenores específicos, forçosamente distintos, mas com igual importância, de governação clínica, como a organização das consultas de hipertensão arterial, quer em contexto hospitalar, quer na Medicina Geral e Familiar."

Relativamente à mudança do local do Congresso, "representou outro desafio", adianta Rosa de Pinho. Na sua opinião, vai permitir reacender o interesse em muitos", assegurando que "ninguém ficará desiludido".


Rosa de Pinho

Um Congresso que "será inovador de muitas formas"

A médica de MGF e presidente eleita da SPH, lembra ainda que "uma parte importante do nosso Congresso prende-se com o envolvimento e participação dos internos e de outros grupos profissionais, quer por através de comunicações orais ou da apresentação de posters".

Outro aspeto "igualmente relevante" diz respeito à indexação da Revista Portuguesa de Hipertensão e Risco Cardiovascular, que se espera que esteja já concretizada aquando do Congresso, "valorizando-se deste modo, ainda mais, o esforço de quem apresenta trabalhos".

As expectativas para o evento são elevadas e Luís Bronze e Rosa de Pinho partilham o mesmo desejo: "Esperamos, mais uma vez, que o Congresso seja marcante na alma daqueles que nos visitarem. Será inovador de muitas formas. Desejamos que seja memorável para todos…."

Podem ser consultadas mais informações aqui.


Na edição de janeiro do Jornal Médico dos Cuidados de Saúde Primários foi publicado um Especial Hipertensão, dedicado ao 17.º Congresso Português de Hipertensão e Risco Cardiovascular Global, que conta com a participação de Luís Bronze, Rosa de Pinho e de mais sete especialistas.

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