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A Medicina Interna «vai ter de ser a base de toda a estrutura hospitalar»

Foi o facto de a Medicina Interna ser uma especialidade holística que fez com que Manuel Teixeira Veríssimo, atual presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI), escolhesse ser internista. À LIVE Medicina Interna, o especialista de Medicina Interna do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, conta o seu percurso, fala sobre quais considera serem os maiores desafios da especialidade e aborda, entre outros aspetos, a sua grande paixão pelo desporto e pela Medicina Desportiva.

Para Manuel Teixeira Veríssimo, ser presidente da sociedade que "representa todos os internistas" é um prazer e uma honra. Contudo, salienta, "é também um desafio, na medida em que somos a maior sociedade hospitalar portuguesa, com muitos associados, mas também com grande heterogeneidade (de interesses, de competências)."

Desta forma, afirma que o seu principal objetivo é "tentar engrandecer a Medicina Interna no geral, mas pretendo também tentar motivar todos os membros da SPMI a atingirem os mais elevados níveis de qualidade científica. Depois, há metas mais específicas e estratégias para tentar obter esses objetivos globais através de instrumentos, como a revista da sociedade, o site, a realização de congressos e de cursos de formação, entre outros."

Relativamente ao número de internistas que existem em Portugal, Manuel Teixeira Veríssimo afirma que "há seguramente mais especialistas em Medicina Interna do que os 2000 que são nossos sócios, mas muitos deles deixaram de exercer e outros têm outras especialidades, porque antigamente era possível ter a especialidade de Medicina Interna e de outras áreas simultaneamente. Não posso responder com todo o rigor quantos são, mas presumo que sejam mais de três mil."

Questionado sobre se este número de internistas é suficiente, explica que tal depende do modelo de organização de saúde existente no país: "Neste momento, em alguns locais, há falta de internistas, mas penso que cada vez mais vai haver lugar para estes profissionais, porque cada vez mais também a Medicina Interna vai ter de ser a base de toda a estrutura hospitalar e das outras especialidades."

Acrescenta ainda que "os hospitais mais diferenciados terão de se dedicar cada vez mais à superespecialização e deverão deixar a base de algumas doenças para a Medicina Interna. Em princípio, os internistas serão quem nos hospitais vai assegurar o tratamento da grande vaga dos doentes - das áreas da Cardiologia, Gastrenterologia e Pneumologia, entre outras".



A entrevista com Manuel Teixeira Veríssimo pode ser lida na primeira edição da LIVE Medicina Interna. Esta nova publicação, dedicada aos internistas, vai acompanhar de perto o trabalho desenvolvido pela Sociedade Portuguesa de Medicina Interna e respetivos Núcleos.

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