A multidisciplinaridade na Endocrinologia permite «melhor prestação de cuidados personalizados»

Mário Rui Mascarenhas é responsável da Direção do Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo (SEDM) do CHLN desde julho de 2013. Em entrevista à Just News, o responsável destaca a consulta multidisciplinar que ali existe à disposição dos doentes com diabetes, mas também a de Osteoporose Fraturária, uma vez que os problemas ósseos são cada vez mais vistos como uma das comorbilidades associadas àquela patologia. 

Questionado sobre quais são as mais-valias de um Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo, Mário Rui Mascarenhas explica que "o facto de existir um Serviço de Endocrinologia com uma equipa multidisciplinar – hoje em dia, não faz sentido trabalhar de outra maneira – facilita, sem dúvida, todo o trabalho desenvolvido no âmbito de uma especialidade que vive, sobretudo, do ambulatório e não tanto do internamento."

Refere que se torna possível "organizar melhor a prestação de cuidados personalizados aos utentes, avaliar a sua situação clínica como um todo, fazer o encaminhamento para outras especialidades de uma forma muito mais eficaz e eficiente. Por exemplo, se o endocrinologista se se aperceber que um doente com diabetes precisa de apoio psicológico só tem de falar com a colega da Psicologia."

Relativamente ao tempo de espera para uma primeira consulta no CHLN, afirma que um doente com diabetes "é atendido rapidamente, no prazo máximo de uma semana, caso o seu clínico assistente pretenda uma primeira consulta." No que diz respeito às restantes patologias endócrinas, "não demora mais de quatro semanas para se conseguir uma primeira consulta. A nível hospitalar, e tendo em conta que se trata de uma unidade central, situada na capital, estes tempos de espera são bastante reduzidos".



“A diabetes num país de contrastes”

Relativamente à Consulta de Osteoporose Fraturária, adianta que há muitos doentes com diabetes a ser seguidos nessa consulta: "Está provado que as pessoas com diabetes – tipo 1 e, principalmente, tipo 2 – apresentam um risco elevado de fraturas ósseas." O tema, que "nem sempre é muito abordado", afirma Mário Rui Mascarenhas, foi debatido nas 1.as Jornadas de Diabetologia do Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo, que decorreram nos dias 12 e 13 de novembro.

O responsável do Serviço indica que "a Clínica Mayo realçou, num dos seus últimos estudos, que a osteoporose e as fraturas ósseas associadas são mais uma das comorbilidades da diabetes. Não pode ser esquecida, face ao impacto negativo que as fraturas têm na vida das pessoas – muitas vezes leva a incapacidade e a reforma antecipada – e até nos elevados custos para o Estado, ou seja, para todos nós. A existência da Consulta de Osteoporose Fraturária no SEDM do CHLN é uma mais-valia a destacar, porque não é uma valência habitual."

Sobre a escolha do tema central da reunião, "A diabetes num país de contrastes", Mário Rui Mascarenhas explica que "as principais diferenças começam logo na população, que tende a ser mais rural em Beja, e estendem-se aos estilos de vida. Lisboa, por seu lado, implica desafios muito grandes face às diversas culturas e etnias existentes, com uma população mais sedentária, com maior stress e um acesso mais frequente a comida pré-feita."



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