A preparação da Comissão Médica para os Jogos Olímpicos do Rio vai estar em debate no Porto

A Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos (SRNOM) acolhe, dia 8 de julho, mais uma sessão da CMEP - Clínica Médica de Exercício do Porto. Em debate estará "A preparação da Comissão Médica para os Jogos Olímpicos do Rio 2016". A palestra será proferida por Maria João Cascais, presidente do Colégio de Especialidade de Medicina Desportiva e da Comissão Médica do Comité Olímpico de Portugal.

A iniciativa decorrerá na Sala de Conferências da SRNOM, entre as 19h30 e as 21h00.



Trabalho de equipa

Em entrevista à Just News, a propósito do XII Congresso da Sociedade Portuguesa de Medicina Desportiva, evento a que presidiu, Maria João Cascais, sublinhou na altura a importância dos médicos de Medicina Geral e Familiar, considerando que o seu papel não se deve ficar pelo aconselhamento. A referenciação "é importante e há que relembrar que não deve acontecer apenas em casos de lesões".

“Os doentes com diabetes, hipertensão, hipercolesterolemia, excesso de peso ou obesidade podem ser ajudados por nós, especialistas em Medicina Desportiva.” E continua: “Estas pessoas melhoram bastante da sua patologia se praticarem desporto, mas o adequado à sua condição física e doença.”

Além dos médicos de MGF, Maria João Cascais destaca toda uma equipa que deve acompanhar o paciente. “Falo de nutricionistas, fisioterapeutas e psicólogos, entre outros. Todos, em conjunto, conseguimos prestar cuidados de saúde de qualidade”, salienta a responsável.

Refere também que este trabalho de equipa "já acontece, atualmente, no acompanhamento dos atletas de alta competição". Se há uns anos precisavam de tratar, sobretudo, as lesões e de ter uma boa alimentação, "hoje em dia, o papel do psicólogo e do psiquiatra ganha cada vez mais relevo".

Na sua opinião, “estes atletas são expostos a um grande stress, para conseguirem bons resultados. Além disso, a carreira de desportista implica deixar de ter tempo para a família, para os amigos e até para a vida académica e, por vezes, aprender a lidar com a fama. É preciso ajudá-los na construção desta nova forma de viver.”

Crianças são sujeitas a grandes esforços nos treinos

Os mais novos são uma das grandes preocupações de Maria João Cascais. “No desporto federado exige-se muito das crianças, ultrapassando, por vezes, os limites para a sua idade.” No seu entender, é preciso adequar mais os treinos e “não as sujeitar a uma tão grande pressão física e psicológica”.

Alerta ainda para “o não cumprimento da legislação”, isto é, “todos os atletas profissionais – incluindo também os adultos – têm de ser acompanhados pela Medicina Desportiva e fazer exames em centros da especialidade. Contudo, a legislação nem sempre é cumprida da melhor maneira”.

Quanto às crianças que praticam desporto não federado, também é preciso evitar o excesso. “É saudável ter atividade física e não se passar tantas horas sentado em frente à televisão, ao computador ou a jogar videojogos, mas tudo  que é demais é prejudicial”. No entender da responsável, “há pais que inscrevem os filhos em tantas atividades que eles ficam com pouco tempo para estudar e nenhum para brincar. É muito importante brincar!”.

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