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«O médico fisiatra terá um acréscimo de funções nos vários cuidados de saúde»

"A coordenação por médicos fisiatras das equipas de reabilitação não impossibilita a colaboração e a interação direta com outras especialidades médicas e cirúrgicas”, considera a presidente da SPMFR. Catarina Aguiar Branco faz questão em sublinhar que “existe evidência médico-científica e em economia da Saúde de que esta coordenação permite melhores índices de satisfação, eficiência e efetividade e de indicadores de saúde”.

Acrescenta, contudo, que, “nalgumas áreas específicas da reabilitação, relativamente a certas patologias, ela pode ser ampliada para uma co-colaboração mais estreita e uma co-coordenação interpares médicos, visando a convergência de saberes técnico-científicos”.

Para aquela responsável, a relação entre as diferentes especialidades é assim cada vez mais fundamental, nomeadamente com o aumento da necessidade de haver especialistas de Fisiatria nas equipas hospitalares.

“O fisiatra representa, por formação e experiência inerente, a ‘Medicina da Funcionalidade’, que faz todo o sentido numa sociedade cada vez mais envelhecida e com maiores taxas de sobrevivência a episódios médicos e cirúrgicos, como, por exemplo, no AVC ou nos politraumatizados”, aponta.

As alterações demográficas vão exigir, no seu entender, uma maior intervenção da Fisiatria, quer nas doenças subjacentes ao envelhecimento como na deficiência e nas situações pós-doença, cirurgia ou trauma.



A presidente da SPMFR diz que, para fazer face a este desafio, a Medicina Física e de Reabilitação portuguesa está a apostar na formação de um número crescente de fisiatras, já objetivável em 2018, mas não só.

Também estão a ser reorganizadas áreas de intervenção em MFR nos cuidados hospitalares, assim como se aposta na criação de grupos de trabalho e de normas de orientação clínica (NOC) na área da reabilitação, bem como na criação da Rede Nacional de TeleMFR e no desenvolvimento de novas áreas de intervenção extra-hospitalares em ambulatório, que incluem também as unidades privadas.

Perante este trabalho, importa associar “a necessidade de reestruturação do paradigma de financiamento da MFR, nos diferentes níveis de cuidados de saúde, com bases técnico-científicas em saúde e em economia da Saúde”.

Ao nível dos cuidados de saúde primários, Catarina Aguiar Branco refere a reorganização da internalização de cuidados de MFR em ambulatório e de ser “mandatória” uma maior proximidade entre os fisiatras e os CSP.

“Aqui tem especial relevância a Rede Nacional de TeleMFR, mas também a ‘consultoria’ presencial, ou a existência de fisiatras nos CSP, como já se verifica há dezenas de anos nos centros de saúde Barão de Nova Sintra e Barão do Corvo, da Administração Regional de Saúde do Norte.”

Os primeiros fisiatras com 5 anos de Internato

Catarina Aguiar Branco está satisfeita com a reestruturação e o aumento do programa de formação do Internato Específico de MFR, que passou de 4 para 5 anos. Na altura em que começam a formar-se os primeiros fisiatras com Internato de 5 anos, a responsável realça que “esta mudança permitiu adquirir e/ou sedimentar bases médicas importantes para a nossa especialidade, como o estágio obrigatório de 6 meses em Medicina Interna durante o 1.º ano”.

Outra mais-valia é a realização de estágios noutras áreas, tais como Reabilitação Cardiovascular, Reabilitação Urossexual, Reabilitação Geriátrica, Unidade de Dor, Cuidados Continuados, Reabilitação em Medicina Desportiva, Reabilitação em Medicina do Trabalho, Reabilitação em Medicina Termal e Tecnologias em MFR – caso das técnicas de infiltração, ventilação não invasiva, dinamometria isocinética, laboratório de linguagem, laboratório de marcha, estudos urodinâmicos –, ou na valência de Patologia, Diagnóstico e Reabilitação Respiratória.

"Atividade & Participação"

O tema central do XVIII Congresso Nacional de MFR é “Atividade & Participação”, uma “temática fulcral para uma especialidade médica sempre integrada nas vertentes da doença/funcionalidade e da limitação/incapacidade”, salienta Catarina Aguiar Branco.

O evento começou hoje e decorre até sábado, no Hotel Vila Galé, em Coimbra, e conta com a participação de palestrantes nacionais e estrangeiros de diferentes áreas do saber, para além da própria Medicina Física e de Reabilitação. É o caso da Enfermagem de Reabilitação, Fisioterapia, Terapia da Fala, Terapia Ocupacional, Psicologia, Assistência Social e Engenharia.

Do vasto programa fazem parte workshops e cursos sobre temáticas diversas, como ventilação invasiva, ondas de choque, reabilitação do pavimento pélvico, reabilitação oncológica, disfagia e técnicas de infiltração e ionização.

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