Angiologia e Cirurgia Vascular: Luís Mota Capitão, «referência de humanismo e integridade», deixa Santa Marta

Luís Mota Capitão deixou hoje a direção do Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular do Hospital de Santa Marta/Centro Hospitalar Lisboa Central, que dirigia desde 2004. Aos 66 anos, o cirurgião vascular sai do serviço, que integrava desde 1979, e onde, em 1973, nasceu a especialidade médico-cirúrgica a nível nacional.

O especialista foi o quarto diretor deste serviço que foi o primeiro do país a ter instalações e quadro médico e de enfermagem próprios. Mendes Fagundes foi o primeiro, depois Armando Farrajota e, de seguida, Santos Carvalho. Nos próximos dias será conhecido o sucessor de Luís Mota Capitão.

"Estimular o máximo potencial de cada um"

Em declarações à Just News, Frederico Bastos Gonçalves, assistente hospitalar do Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular do Hospital de Santa Marta e professor assistente da Faculdade de Ciências Médicas de Lisboa, afirma que "o Serviço vê com tristeza a reforma do Dr. Luís Mota Capitão. Ele é para mim e para várias gerações de cirurgiões vasculares uma referência de humanismo e integridade."


Frederico Bastos Gonçalves e Luís Mota Capitão.

Na sua opinião, "foi o grande impulsionador do desenvolvimento técnico e qualitativo do Serviço nos últimos 15 anos, mas não menos relevante foi o exemplo que nos deu de respeito, abnegação e espírito de missão com que devemos encarar a nossa profissão”. E acrescenta:

“Testemunhei nele uma genuína preocupação com os mais jovens, tanto na Faculdade como professor, como no Serviço com os internos e estagiários, esforçando-se para os educar e motivar. Procurou sempre estimular o máximo potencial de cada um, fazendo-o de uma forma intrinsecamente altruísta. Sempre teve o cuidado de dar a mão e confortar todos os que o rodeiam nos momentos mais difíceis."

Salienta ainda Frederico Bastos Gonçalves: "O Dr. Mota Capitão é sem dúvida a personalidade que maior influência teve na minha vida profissional. Deixa no Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular do Hospital de Santa Marta uma profunda marca que perdurará.”



"Ajudar muito o nosso doente"

Filho de um cirurgião geral e neto de um veterinário, Luís Mota Capitão nasceu em Lisboa em 1950. Concluiu a licenciatura na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa em 1973, tendo-se tornado especialista em 1981, assistente graduado em 1990, chefe de serviço em 1997 e diretor do Serviço em 2004. Fez um fellowship em Inglaterra quando terminou a especialidade.

Numa entrevista que concedeu à Just News, o cirurgião vascular contou que decidiu cedo que queria ser médico, particularmente cirurgião, muito pela influência do seu pai. “Gosto de trabalhar com as mãos e, para mim, a cirurgia tem um dom fantástico que é o de poder resolver a situação se a cirurgia tiver êxito.”


Mota Capitão com elementos do Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular do Hospital de Santa Marta, equipa que dirigiu até hoje.

A possibilidade de “ajudar muito o nosso doente” e o facto de se tratar de uma especialidade médico-cirúrgica foram dois dos aspetos que mais o atraíram na especialidade de Angiologia e Cirurgia Vascular.

“Os angiologistas e cirurgiões vasculares diagnosticam a doença por metodologia não invasiva ou invasiva, fazem a terapêutica médica e cirúrgica e ficam com o doente para o resto da vida, na medida em que quem tem uma doença vascular (arterial ou venosa), mesmo se for corrigida e trazida para estádios menos avançados, o doente não tem cura”, refere.



O XIII Simpósio Internacional de Cirurgia Vascular, que decorreu no passado mês de outubro, no Centro Cultural de Belém, foi o último grande evento organizado pelo Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular do Hospital de Santa Marta.


Luís Mota Capitão em outubro de 2009, durante a 10.ª edição do Simpósio Internacional de Cirurgia Vascular.






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