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Apenas 8% dos doentes com enfarte fazem reabilitação cardíaca

Em Portugal, apenas 8% dos doentes com enfarte fazem reabilitação cardíaca, uma realidade que, segundo Ana Abreu, coordenadora do Grupo de Estudo de Fisiopatologia do Esforço e Reabilitação Cardíaca (GEFERC), deveria ser alterada, “de modo a atingirmos números mais próximos dos de outros países, como por exemplo a Alemanha, em que mais de metade dos doentes é reabilitada”.



A cardiologista falava à Just News no âmbito da reunião conjunta que o GEFERC promoveu, em Setúbal, com o Grupo de Estudo de Risco Cardiovascular (GERC), que integram a Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC).

Para prosseguir essa meta, Ana Abreu defende que, entre outros aspetos, é necessário que “os políticos entendam a importância da reabilitação cardíaca”, sendo preciso “continuar a manter a divulgação e o incentivo à prática do exercício físico e apostar em trabalhar o aspeto educacional”.



Referindo-se ao tema da reunião – “Risco Cardiovascular – Avaliar e Reabilitar”, Roberto Palma dos Reis, coordenador do GERC, afirmou que os principais desafios têm início na população saudável, para que assim se mantenha. “Devemos seguir as normas da Direção-Geral da Saúde: andar a pé, não fumar, não engordar, comer adequadamente, manter uma vida saudável”, aconselha.

Segundo o médico, além dos indivíduos saudáveis, devem ser considerados os que apresentam fatores de risco, como a diabetes, a obesidade ou o tabagismo, e os doentes (com AVC ou enfarte), sendo que “cada um deles terá uma abordagem específica”.



Durante a reunião, Ana Abreu e Roberto Palma dos Reis apresentaram uma proposta de junção dos dois grupos da SPC, uma vez que, para ambos, faz sentido que haja uma continuidade no que respeita à prevenção do risco cardiovascular, uma vez que esta também deve ser feita no período de reabilitação. A ideia foi apoiada pela maioria dos presentes, mas terá se ser analisada pela Direção da SPC e, posteriormente, discutida em plenário.

Falou-se, ainda, sobre a criação da Base de Dados de Reabilitação Cardíaca Nacional, um projeto que está em estudo. O objetivo é, de acordo com Ana Abreu, “ter uma noção mais concreta do que se passa no nosso país, de forma a podermos reunir dados e construir relatórios que possam ser publicados e comparados com os dos outros países da Europa”.



Foram apresentados os resultados do Euroaspire IV e feito o anúncio do V, um estudo com a chancela da Sociedade Europeia da Cardiologia, que pretende avaliar a aplicação das medidas de prevenção nos doentes considerados de alto risco. Segundo a cardiologista, o Euroaspire V, que surge depois de o anterior revelar que os fatores de risco não estão controlados, pretende “perceber exatamente quais os obstáculos que temos de ultrapassar para que consigamos pôr na prática aquilo que teoricamente divulgamos diariamente”.

De realçar ainda a realização de uma sessão subordinada ao tema “Proposta para uniformização de metodologia de avaliação em doentes cardíacos” e de um workshop relacionado com o “Contract4life: projeto para a educação na prevenção secundária”, que surgiu na sequência do Stent for Life, que teve como objetivo melhorar o acesso dos doentes com enfarte agudo do miocárdio à angioplastia primária.




Ana Abreu e Roberto Palma dos Reis com Miguel Mendes, presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia.





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