Automedicação nas alergias «atrasa o diagnóstico e o tratamento adequados»

A automedicação nas alergias apenas permite aliviar os sintomas, atrasando assim o diagnóstico da doença. O alerta é lançado por Elisa Pedro, presidente da Sociedade Portuguesa de Alergia e Imunoalergologia Clínica (SPAIC), na Semana Mundial da Alergia, a decorrer até este sábado, sob o tema “Urticária crónica – A angústia da urticária – O que fazer quando a urticária e o angioedema não desaparecem”.

A imunoalergologista do Centro Hospitalar Lisboa Norte falou à Just News no decorrer da 16.ª Reunião da Primavera, organizada pela SPAIC, no Luso, no último fim de semana. Em debate estiveram as terapêuticas biológicas em Imunoalergologia.

Referenciação para a Imunoalergologia "numa fase precoce"

Elisa Pedro é perentória quando fala sobre os medicamentos não sujeitos a receita médica na área da alergia. “Fazem com que os doentes sintam melhorias transitórias nos sintomas, adiando a ida a uma consulta médica e o início de um tratamento correto, quer sintomático como preventivo”, realça.


Luís Delgado, Elisa Pedro e Emília Faria.

Em Portugal, segundo a presidente da SPAIC, um terço dos portugueses são alérgicos e a maioria apenas procura ajuda no médico quando os sintomas são graves. Uma situação preocupante, no seu entender. “As pessoas devem ser referenciadas para a Imunoalergologia numa fase precoce, é esta a especialidade que tem o conhecimento necessário para dar o melhor acompanhamento”, afirma.

Urticária crónica: sintomas "que, por vezes, são insuportáveis"

Relativamente à temática da Semana Mundial da Alergia, estima-se que a urticária crónica afete cerca de 1,8% da população. “Trata-se de uma doença crónica, em que as lesões têm uma duração superior a seis semanas e que condicionam a qualidade de vida”, explica.



Elisa Pedro sublinha que, apesar de não ter cura, “existem, atualmente, vários medicamentos”. E lembra os avanços que se têm verificado nesta área da saúde, tendo sido, recentemente, “aprovada uma terapêutica biológica (anti-IgE) muito eficaz no tratamento da urticária crónica grave, que pode contribuir para o alívio dos sintomas”. Patologia que, como refere, “leva os doentes ao desespero quando as lesões não desaparecem”.

No final desta Semana Mundial da Alergia, a médica espera que a mensagem tenha sido transmitida. “O objetivo sempre foi alertar para esta doença, a fim de se ganhar uma maior consciencialização, de modo a que se partilhe informação sobre o alívio dos sintomas, que, por vezes, são insuportáveis.”



Medicamentos biológicos nas "situações clínicas mais graves"

Quanto à Reunião da Primavera, Elisa Pedro mostrou-se muito satisfeita no final, até porque o evento teve cerca de duas centenas de participantes, “todos muito interessados nesta temática dos medicamentos biológicos, que têm contribuído para a melhoria significativa das situações clínicas mais graves”. A presidente da SPAIC fez-se acompanhar, na sessão de abertura, do presidente cessante, Luís Delgado, e de uma das vice-presidentes, Emília Faria.


Pedro Martins, Elisa Pedro, Rodrigo Alves, Ana Morete, Emília Faria, João Fonseca e Manuel Branco Ferreira.





Podem ser consultadas mais fotos da Reunião da Primavera na Galeria de imagens.




Imprimir


Próximos eventos

Ver Agenda