Automedição da pressão arterial: «uma arma de diagnóstico de grande utilidade para o médico de família»
De 9 a 12 de fevereiro, realiza-se, em Vilamoura, o 11.º Congresso Português de Hipertensão e Risco Cardiovascular Global. Em entrevista à Just News, Cristina Alcântara, presidente da Comissão Organizadora do evento, sublinha que “a hipertensão é uma doença transversal, que atravessa múltiplas especialidades”, e que, por esse motivo, o objetivo é que o programa do congresso satisfaça todos os graus de diferenciação dos participantes, tendo em conta as várias especialidades a que se destina.
A Nefrologia, a Endocrinologia, a Medicina Interna (MI), a Cardiologia e a Medicina Geral e Familiar (MGF) são algumas das especialidades com intervenção na hipertensão arterial e risco cardiovascular global. Neste congresso, como nas edições anteriores, pretende-se que o programa seja do interesse de todos os profissionais que lidam diariamente com a problemática.
A MGF merecerá particular atenção, havendo sessões que lhe são dirigidas. Cristina Alcântara, especialista em MI do Hospital de Santa Maria/Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN), sublinha que “o canal de comunicação entre os cuidados de saúde primários e os cuidados hospitalares deve fluir nos dois sentidos”, dado que isso possibilita que haja um melhor tratamento, um melhor controlo e o diagnóstico do doente hipertenso.
Na ótica da atual tesoureira da Sociedade Portuguesa de Hipertensão (SPH), esta ligação funciona melhor em alguns centros do que noutros, havendo até locais em que é inexistente. “Muitas vezes o doente chega ao especialista vindo do seu médico de família e não traz qualquer tipo de informação e, em certos casos, não sabe sequer transmitir a sua informação”, relata.
“Os MF são fundamentais para a prevenção da doença hipertensiva, ensinando e educando, mas todos os profissionais de saúde têm esse papel, que é a base para o diagnóstico e controlo da hipertensão arterial”, acrescenta.
Cristina Alcântara realça a realização de uma sessão subordinada ao tema “Metodologia da medição da pressão arterial”, na qual será abordada a questão da automedição da pressão arterial (AMPA) que, conforme refere, “é uma arma de diagnóstico de grande utilidade para o MF”. Entre outras questões, discutir-se-á ainda a validade da medição automática no consultório, que é um método novo.
