Boa ligação entre Reumatologia e MGF pode representar menor incapacidade nos doentes
Nos dias 26 e 27 de novembro realiza-se a 23ª edição das Jornadas Internacionais do Instituto Português de Reumatologia (IPR). Em declarações à Just News, o presidente do evento, Luís Cunha Miranda, adianta algumas das novidades sobre "um dos maiores congressos nacionais e o maior na área das doenças reumáticas", contando, em média, com cerca de 1000 inscritos.
O responsável explica que, desde o início, as Jornadas são “um espaço de partilha entre diversas especialidades que com a Reumatologia cuidam dos doentes reumáticos”, sendo a MGF “claramente prioritária”.
Luís Cunha Miranda refere que a MGF é fundamental na identificação de casos prioritários para o envio célere para a Reumatologia. Além disso, “é com o MF que é feito o tratamento e o seguimento da grande maioria das patologias reumáticas mais frequentes e menos graves”, como a oestoartrose, a fibromialgia ou a osteoporose.
Nesta 23ª edição, temáticas como “AINE e corticoesteroides adorados e amaldiçoados” ou a “Dor do abstrato ao concreto” são, no entender do médico, áreas que podem ser de maior interesse para a MGF.
“A escolha dos temas tem por base o pressuposto de que não devem existir fronteiras no tratamento dos doentes reumáticos e que especialidades como a MGF, a Medicina Física e de Reabilitação e a Ortopedia, mas igualmente a Pneumologia, a Gastro ou a Neurologia, podem ser integradas no tratamento especializado do doente reumático”, salienta.
E acrescenta ser fundamental também a participação de outros profissionais de saúde, tal como enfermeiros, nutricionistas, psicólogos e terapeutas, que são “presença assídua nas Jornadas”, participando ativamente quer com a sua presença, quer com trabalhos científicos.
Assegurar que a "janela de oportunidade" esteja aberta
Na entrevista à Just News, publicada no Jornal Médico de novembro, Luís Cunha Miranda afirma que, “cada vez mais, na Reumatologia, se fala em remissão ou em baixa atividade da doença, que são conceitos relativamente recentes, mas que representam uma evolução da forma de abordar estas doenças tão potencialmente incapacitantes”, menciona. No entanto, segundo refere, “não existe janela de oportunidade se ela se encontra fechada”, sendo que é a MGF que, em grande parte, gere essa janela”.
“Temos de encontrar formas de que a janela esteja aberta para os dois lados, para que os doentes possam ser beneficiados e os constrangimentos burocráticos não sejam obstáculos a essa boa ligação, fundamental para mudar a vida dos doentes”, considera.
No seu entender, é ajudando os especialistas em MGF a vencer estas barreiras, com mais formação e com maior acessibilidade e disponibilidade, que será possível romper esses lobbies e vícios que as estruturas de saúde apresentam.
As declarações de Luís Cunha Miranda integram um Dossier publicado no Jornal Médico de novembro, editado pela Just News, dedicado ao Instituto Português de Reumatologia (IPR). Este conjunto de artigos conta com o apoio de uma dezena de especialistas do IPR, que prestam esclarecimentos sobre variados aspetos relacionados com doenças reumáticas.