Campanha da DGS sensibiliza médicos para a participação da doença profissional

O Programa Nacional de Saúde Ocupacional (PNSOC), da Direção-Geral da Saúde (DGS) acaba de lançar uma campanha de sensibilização para a participação da doença profissional. Dirigida aos médicos, o objetivo desta ação é alertar para a obrigatoriedade de efetuar o diagnóstico e a notificação desses casos.

De acordo com Carlos Santos Silva, coordenador do Programa, a participação da doença profissional é crucial e tem como objetivo promover a Saúde Pública, beneficiando os próprios trabalhadores, justificando-se assim o lançamento da campanha intitulada: “Diagnóstico e participação da doença profissional: quem trabalha conta comigo”.

“As doenças devem ser comunicadas ao Instituto de Segurança Social, para que possam ser avaliadas e confirmadas como tal e para que, posteriormente, sejam colocadas em prática, no local de trabalho, medidas corretivas e preventivas”, afirma Carlos Santos Silva.

Por outro lado, acrescenta, a participação das doenças “é também importante para desencadear o processo de reparação dos danos, a favor do doente, que pode incluir a reabilitação e a reintegração profissionais ou até um valor pecuniário, entre outros aspetos.”

Anualmente, morrem seis vezes mais pessoas por doença profissional do que por acidente de trabalho, estimando-se que em Portugal ocorram quatro a cinco mortes/dia por esse motivo, representando cerca de 6,4 mil milhões de euros perdidos por ano.



Carlos Santos Silva esclarece que esta iniciativa da DGS resulta do reconhecimento da falta de transmissão desta informação aos médicos. “Há já dezenas de anos que não é feita qualquer campanha no sentido de os sensibilizar para a importância de participarem sempre que efetuarem o diagnóstico de um caso de doença profissional”, reconhece.

A iniciativa enquadra-se no âmbito do segundo ciclo do Programa Nacional de Saúde Ocupacional (2013-2017), que visa prestar especial atenção à promoção de ambientes de trabalho saudáveis, à vigilância da saúde dos trabalhadores e à qualidade e cobertura dos Serviços de Saúde Ocupacionais, por forma a aumentar os ganhos em saúde e a garantir o valor da saúde dos trabalhadores.