Cancro da mama: iniciativa esclarece «como participar em ensaios clínicos»
Fátima Cardoso, oncologista e diretora da Unidade de Mama do Centro Clínico Champalimaud, vai amanhã esclarecer dúvidas relacionadas com os ensaios clínicos no cancro da mama, nomeadamente, "quais existem e como participar?".
A iniciativa, promovida pela associação Mama Help - Centro de Apoio a Doentes com Cancro da Mama, realiza-se na Biblioteca da Fundação Champalimaud, em Lisboa, estando o início marcado para as 18h30.
À semelhança de todas as sessões promovidas ao longo do ano pela Mama Help, a atividade é gratuita, sendo aconselhada a inscrição (para inscricaosessoes@mamahelp.pt), dada a capacidade limitada da sala.
Em declarações à Just News, e fazendo um ponto da situação do cancro da mama em Portugal, Fátima Cardoso está segura de que não estamos longe das estatísticas dos restantes países ocidentais. “Portugal tem uma grande vantagem, que é o Serviço Nacional de Saúde, que disponibiliza os tratamentos básicos para qualquer cancro”, reconhece.
O problema existe, sobretudo, nos rastreios e no acesso a medicamentos baratos. “A Liga Portuguesa Contra o Cancro tem feito um trabalho muito bom na realização de rastreios, mas continuam a existir assimetrias entre Litoral e Interior e há falhas na comunicação entre Norte, Centro e Sul.”
Quanto aos medicamentos, estão a faltar os mais acessíveis em termos de preço. “Todos falam muito dos fármacos inovadores e caros, mas estes, na sua maioria, são importantes para uma pequena percentagem de doentes. O problema maior está na falta de outros a preços baratos”, afirma.
E explica porquê: “Como têm muitos anos de mercado e já são genéricos, não é lucrativo produzi-los, nem distribui-los. Estes medicamentos são a base de tratamento de todos os tipos de cancro. Sem eles não se pode tratar esta doença, é preciso encontrar uma solução para evitar esta situação, que põe em causa o tratamento.”
As sessões dinamizadas pela Mama Help despertam sempre grande interesse e adesão, não só devido à escolha criteriosa dos temas a desenvolver, habitualmente pouco discutidos, mas também pela qualidade dos oradores convidados epor se tratarem de iniciativas gratuitas e abertas a todas as pessoas interessadas.
Maria João Cardoso, cirurgiã da mama da Unidade de Mama do Centro Clínico Champalimaud e presidente da Mama Help, sublinha à Just News a utilidade de "formar as pessoas, pois, para se ter qualidade de vida quando se tem cancro, também é preciso conhecer a doença".