Cardiologia portuguesa «na vanguarda» da intervenção estrutural não valvular
Lisboa acolheu, na semana passada, a primeira reunião ibérica subordinada à temática da intervenção estrutural não valvular. Segundo António Fiarresga, um dos organizadores, a cardiologia de intervenção portuguesa tem conseguido “manter-se na vanguarda” no tratamento dessa patologia, acumulando experiência.
O 1st Iberian Meeting on Non-Valvular Structural Interventions foi organizado em parceria pela APIC – Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular e pela Sección de Hemodinámica Y Cardiología Intervencionista da Sociedade Espanhola de Cardiologia.
“Penso que Portugal e Espanha estão equiparados. Felizmente, não nos sentimos menos desenvolvidos relativamente nos nossos colegas espanhóis”, considera António Fiarresga, cardiologista de intervenção do Hospital de Santa Marta (CHLC).
E acrescenta: “Há vantagens e desvantagens. Um país maior pode acumular mais experiência, porém, um mais pequeno acaba por contar com uma maior participação dos seus profissionais em termos conjuntos.”
Destinado a todos os profissionais que trabalham em intervenção estrutural ou têm perspetivas de o vir a fazer, o encontro agora realizado foi “muito participado” e contou com um “programa eclético”, com temas diversos, dentro da patologia estrutural não valvular.
“As entidades podem estar mais ou menos estabelecidas, no entanto, todas necessitam de mais evidência ou de maior divulgação e partilha de experiências, por vezes, por se tratar de casos raros”, observa António Fiarresga, esclarecendo que a reunião quis dar espaço a este tipo de conhecimentos.
António Fiarresga e Armando Pérez de Prado.
As sessões contaram com um conjunto de experts e houve “tempo suficiente” para que os temas pudessem ser aprofundados e discutidos após as apresentações, o que, no seu entender, as tornou mais didáticas, tendo “enriquecido” a reunião.
Armando Pérez de Prado, corresponsável da Comissão Organizadora da reunião e cardiologista de intervenção do Hospital de Leon, conta que este encontro surgiu com o objetivo de reunir especialistas espanhóis e portugueses, com o intuito de encontrar novas formas de colaboração entre ambos, procurando, também, a melhor maneira de conseguir “grandes bases de dados, registos e intercâmbios de informação mais fluidos que os atualmente existentes”.
“A ideia é repetir esta reunião no próximo ano, em Espanha, e ver os resultados que vamos obter”, observa.
Mencionando que a participação espanhola foi muito boa, Armando Pérez de Prado salienta que este tipo de eventos é cada vez mais importante. “Para avançarmos nesta área, acompanhando as novidades e as novas terapêuticas, é importante colaborar com outras sociedades”, afirma. Para além disso, “à medida que a população envelhece, a melhor forma de avançar no conhecimento é conseguir grandes grupos de doentes, para estudar os resultados”.
Quanto ao estado da arte desta área em Portugal e em Espanha, Armando Pérez de Prado refere que, apesar de existirem sempre disparidades regionais e locais dentro dos próprios países, não crê que haja diferenças objetivas.

Antonio Fiarresga, Armando Pérez, Manuel Pan (presidente da Junta diretiva da Sección de Hemodinámica y Cardiología Intervencionista) e Rui Campante Teles (presidente da APIC).


