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Catarina Aguiar Branco diz que a reabilitação do AVC ainda é desigual em Portugal

A reabilitação do AVC ainda é desigual, o que se deve a políticas de saúde e não à competência dos profissionais. É desta forma que Catarina Aguiar Branco, presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina Física e de Reabilitação (SPMFR), vê a realidade nacional da reabilitação de pessoas com AVC. A fisiatra falou à Just News no decorrer do 9.º Congresso Nacional do AVC, que se realizou no Porto.

Catarina Aguiar Branco admite que a situação da reabilitação no AVC está a melhorar nos últimos anos, mas “ainda há um caminho a percorrer”. Em declarações à Just News, sublinhou “as desigualdades que ainda se fazem sentir quando pensamos em unidades que ajudam estes doentes na reabilitação, para poderem ter uma vida com mais qualidade”. E dá um exemplo concreto: “No Interior, sabe-se que existe menos assistência em termos de ambulatório, na fase aguda e pós-aguda, e menos Unidades de Reabilitação, mas devido a políticas de saúde e não ao trabalho desenvolvido pelos profissionais.”

São diferenças claras, mas apenas em termos quantitativos, porque “a qualidade dos serviços prestados é igual no Interior e no Litoral, o empenho e o profissionalismo são os mesmos”.

Quanto aos cuidados domiciliários, Catarina Aguiar Branco acredita que estes devem ser prestados “sempre fazendo parte de uma rede integrada” e relembrou que “não são a solução, apenas parte da mesma, por um determinado período de tempo ou para certos doentes”.



Relativamente aos cuidados em geral, desde a prevenção primária do AVC ao tratamento e acompanhamento dos doentes, Castro Lopes, presidente da Sociedade Portuguesa do AVC (SPAVC), “está satisfeito com os vários desenvolvimentos, nomeadamente em termos científicos”. Contudo, há algo que o deixa “amargurado”: o papel da comunicação social e do público em geral. “Os media deviam ajudar-nos mais na divulgação do problema do AVC e a população acha que o problema só acontece aos outros, não adotando medidas preventivas”, explica.

E continua: “As pessoas são as mais interessadas, porque está-se a falar da sua vida. O AVC é a principal causa de morte em Portugal, mas também é verdade que pode ser prevenida e tratada.”

O presidente da SPAVC coordenou uma sessão de informação à população, “inédita nestes congressos”, onde estiveram presentes especialistas de várias áreas e também doentes a dar o seu testemunho. “Pode acontecer a todos. Apesar de ser uma doença do envelhecimento, um dos testemunhos é de um jovem que sofreu um AVC com 28 anos…”




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