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Cirurgia Vascular: «80% dos procedimentos podem ser minimamente invasivos»

“Em Portugal, conseguimos tratar todo o tipo de problemas do foro da Angiologia e Cirurgia Vascular, ou seja, não há nada que os portugueses necessitem de fazer em algum outro país”, salienta o professor convidado da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) e diretor do Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular do Hospital Cuf Porto


De acordo com Armando Mansilha, que é também vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Angiologia e Cirurgia Vascular (SPACV), até ao momento, todos os jovens especialistas que se submeteram ao exame europeu da especialidade foram aprovados, o que, refere, “atesta a nossa preparação e capacidade, bem como a forma como os portugueses e o Sistema Nacional de Saúde português conseguem lidar bem com essas situações”.

O especialista realça que, fruto da evolução endovascular, “pelo menos 80% dos procedimentos cirúrgicos vasculares podem e devem ser feitos de forma minimamente invasiva, a grande maioria em ambulatório, em muitos casos exclusivamente com anestesia local”.

Esta realidade representa uma “mudança no paradigma do tratamento do doente vascular”, não só ponto de vista cirúrgico, mas também de intervenção.

Partilhar com médicos de família "informação pormenorizada"

Armando Mansilha chama a atenção para o papel “nuclear” da Medicina Geral e Familiar na abordagem dos problemas do foro da Angiologia e Cirurgia Vascular: “É a MGF que identifica pela primeira vez, que diagnostica e referencia, sendo, por isso, necessário que haja uma articulação cada vez mais próxima entre os cuidados de saúde primários (CSP) e os cuidados de saúde especializados.”



O cirurgião vascular entende que, a nível hospitalar, “é obrigação dos especialistas, quando recebem os doentes referenciados dos CSP, fazer chegar aos médicos de família não só os relatórios cirúrgicos, mas toda a informação pormenorizada sobre os casos”.

“Os cuidados são diferentes, porque são duas especialidades distintas, mas a linguagem tem de ser a mesma, porque o doente é o mesmo”, sublinha.

700 participantes de 15 países

A Medicina Geral e Familiar vai, aliás, estar em destaque na Porto Vascular Conference (PVC), uma reunião internacional presidida por Armando Mansilha e cuja edição deste ano se realiza já entre os dias 17 e 19 de maio, na FMUP.

“Fóruns como a PVC são muito importantes para promover a discussão entre as especialidades de MGF e Angiologia e Cirurgia Vascular, para que a linguagem seja a mesma”, salienta Armando Mansilha. 



O objetivo genérico do evento, onde são aguardados mais de 700 participantes de pelo menos dezena e meia de países, “é a partilha e atualização de conhecimentos na área da Angiologia e Cirurgia Vascular”, não se destinando exclusivamente a médicos, mas também "aos profissionais de saúde envolvidos em todo o processo do tratamento do doente vascular".

Assim, do programa fazem parte igualmente mesas exclusivamente destinadas à enfermagem vascular e outras dirigidas aos técnicos de diagnóstico vascular.

Haverá, depois, sessões multidisciplinares e transversais que vão abordar a anticoagulação e o “novo fenómeno” dos anticoagulantes orais de ação direta que, conforme salienta o presidente da PVC 2018, “além de serem do interesse da Angiologia e Cirurgia Vascular, se destinam a outras especialidades, como a Medicina Interna, a Cardiologia, a Oncologia, a Obstetrícia, a Imunohemoterapia, a Medicina Geral e Familiar, ou a Cirurgia Geral”.

Estudo sobre a realidade da doença venosa em Portugal

De destacar que serão apresentados na PVC 2018, pela primeira vez, os resultados preliminares do estudo piloto REVEAL-CEAP, levado a cabo, durante este mês de abril.

O estudo, desenvolvido pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, em colaboração com a Escola Nacional de Saúde Pública, a Sociedade Portuguesa de Angiologia e Cirurgia Vascular (SPACV) e a Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF), visa obter o retrato da população portuguesa no que respeita ao impacto da doença venosa e caracterizá-la pela primeira vez em termos epidemiológicos.


Armando Mansilha com José Daniel Menezes, presidente da SPACV

Armando Mansilha sublinha ainda que na PVC 2018 "todos os serviços e unidades de cirurgia vascular de Portugal Continental e Ilhas estarão representados e participarão na reunião. A nível mundial, teremos os presidentes de sociedades científicas de vários países e também da Sociedade Europeia de Cirurgia Vascular e de Flebologia."




A entrevista completa pode ser lida na edição de abril do Jornal Médico dos Cuidados de Saúde Primários.

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