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«Enfermeiros de Estomaterapia desmultiplicaram-se para assegurar os cuidados à pessoa com ostomia»

Nos dias 19 e 20 de fevereiro, a Associação Portuguesa de Enfermeiros de Cuidados em Estomaterapia – APECE realizou o Congresso Nacional de Estomaterapia 2021, em formato digital. Segundo a presidente da APECE, Isabel Morais, “nunca desistimos deste momento de partilha e de formação, apesar dos constrangimentos da pandemia”.

Há 16 anos à frente da APECE e depois de ter participado na sua fundação, a enfermeira Isabel Morais termina o seu mandato com o primeiro congresso online. “Foi um enorme desafio por causa de toda a incerteza que se vive hoje em dia, mas não podíamos deixar de estar próximos de quem se dedica à pessoa com ostomia”, explica, à Just News, a enfermeira que também coordena o Gabinete de Estomaterapia do IPO de Coimbra.

Entre as temáticas abordadas, que tiveram como tema de fundo “Inovações e Desafios em Estomaterapia”, estiveram inevitavelmente o papel das novas tecnologias da informação e comunicação em saúde, que ganharam especial relevância no último ano por causa da pandemia. A teleconsulta tornou-se prática corrente e é preciso refletir sobre as melhores estratégias de comunicação.


Isabel Morais

No caso da experiência de Isabel Morais, no IPO de Coimbra estas ferramentas foram “essenciais” para dar resposta às necessidades dos doentes, numa altura em que estes tinham medo de ir ao hospital. “Esta realidade é comum a tantos outros que nesta e em outras áreas da Saúde tiveram que se reinventar e usar as tecnologias para se aproximarem dos seus doentes e continuar a dar resposta às suas necessidades.”

Continuando: “A dificuldade na obtenção de receitas para os dispositivos foi uma das primeiras dificuldades sentidas. Na primeira vaga, numa fase inicial, havia dificuldade em ter acesso aos cuidados de saúde primários e as filas que se fizeram sentir nas farmácias, com medo da escassez, não ajudaram; felizmente foram normalizando.”

Foi assim nessa altura que se privilegiou a utilização de videochamadas e a possibilidade de doentes e familiares/cuidadores enviarem fotografias com as alterações que identificavam. “O facto de os hospitais terem conseguido manter a sua resposta assistencial e a forma como os profissionais de saúde se conseguiram adaptar às exigências de continuar a garantir cuidados de saúde em tempo de pandemia contribuiu para reforçar a ideia de que eram espaços seguros.”

Mas, admite, que não foi fácil para os enfermeiros de Estomaterapia a nível nacional, já que muitas consultas tiveram de fechar, por o espaço ter sido ocupado por área covid, e os próprios profissionais, nomeadamente os enfermeiros, tiveram de se dedicar mais aos doentes covid. Apesar de tudo, Isabel Morais garante que “os enfermeiros de Estomaterapia não baixaram os braços e desmultiplicaram-se para que a pessoa com ostomia continuasse a ter, nas estruturas de cuidados de saúde, resposta às suas necessidades”.

Desta forma, a APECE assumiu que num ano, completamente atípico, a realização do Congresso Nacional de Estomaterapia ainda fazia mais sentido, para reforçar os laços que unem esta comunidade e para demostrar que continuam “Juntos pela Estomaterapia”.

Além da temática mais ligada ao novo coronavírus, o Congresso contou ainda com palestrantes nacionais e estrangeiros que falaram sobre “Investigação”, “Gestão em estomas de eliminação complicados”,” Quebras cutâneas”, “Estomaterapia e Cuidados Paliativos - que relação de conforto?”, entre outros.


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