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Consequências da gripe podem ser mais graves em doentes transplantados

Numa época em que as urgências hospitalares começam a encher-se de casos de gripe, a Sociedade Portuguesa de Transplantação (SPT) deixa o alerta: os doentes transplantados são mais suscetíveis às infeções e devem proteger-se, quer através de vacinação, quer evitando expor-se ao vírus.

“Os doentes transplantados devem ser vacinados para o vírus influenza (vírus da gripe). Não se sabe exatamente quanto tempo se deve esperar após o transplante para a sua administração, para que seja eficaz. A literatura recomenda a vacinação 3-6 meses após o transplante, dado que nesta altura a dose da medicação imunossupressora (para evitar a rejeição do órgão transplantado por parte do organismo) já é mais baixa e portanto a resposta imunitária à vacina será mais eficaz”, explica Susana Sampaio, vice-presidente da SPT.

A especialista realça que “a gripe num doente transplantado pode ter consequências muito mais graves do que na população geral. Os doentes imunodeprimidos podem não responder adequadamente à infeção e portanto a “vulgar” gripe complicar-se com infeções bacterianas e dar origem a pneumonia quer vírica quer com infeção secundária a bactérias, geralmente mais graves e que podem levar à necessidade de internamento em Unidades de Cuidados Intensivos pela presença de dificuldade respiratória e podendo haver necessidade de utilizar ventiladores. Em situações muito graves pode mesmo culminar em morte”.

Apesar de a gripe poder ter consequências graves nas pessoas que passaram por um transplante, a durabilidade do órgão transplantado não é afetada. Susana Sampaio afirma que “a infeção pelo vírus da gripe, por si só, não afeta a durabilidade do enxerto mas, as complicações que podem surgir após uma gripe, como por exemplo, uma pneumonia grave com necessidade de ventilação e instabilidade tensional poderão ter repercussões a nível renal com comprometimento na durabilidade do órgão”.

Já Fernando Macário, presidente da SPT, deixa conselhos aos doentes transplantados para que se protejam do vírus da gripe. “Nesta época do ano, em que a infeção pelo vírus da gripe é mais frequente, os doentes transplantados não devem frequentar ambientes fechados e com muita gente para evitar o contágio. Não devem visitar pessoas que saibam estar doentes e devem ser vacinados para a gripe”.

“Se o doente transplantado tiver uma gripe deve estar atento a sinais de maior gravidade: febre alta que não cede a antipiréticos (medicamentos para a febre”, dificuldade respiratória e febre prolongada (superior a três dias), devendo nestes casos recorrer ao seu médico assistente”, conclui o especialista.

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