CPC2016: Congresso de Cardiologia abrange especialidades como a MGF ou a Medicina Interna
Com o lema “O Pulsar da Ciência ao Ritmo do Coração”, o Congresso Português de Cardiologia 2016, que decorrerá de 23 a 26 de abril de 2016, em Vilamoura, terá como principal objetivo a atualização na área cardiovascular, almejando, simultaneamente, que a nova evidência que se vai produzindo tenha aplicação prática.
Em entrevista à Just News, publicada na edição de outubro do Jornal Médico, Nuno Bettencourt, presidente do Congresso, revela alguns dos temas que estarão em debate, realçando que este evento abrange diversas especialidades que lidam com a patologia cardiovascular, como a MGF ou a Medicina Interna, até porque, conforme refere, “na Cardiologia cabem muitas especialidades”.
Nuno Bettencourt começa por explicar o mote do congresso, adiantando que o que se pretende é que os participantes se mantenham atualizados no “Pulsar da Ciência”, enquanto geradora de novos conhecimentos/nova evidência. O conceito “ao Ritmo do Coração”, além da associação à Cardiologia, transmite, por outro lado, a arte de fazer Medicina e a capacidade de aplicar essa evidência à prática.
Segundo o cardiologista, que é responsável pelo Laboratório de Ressonância Magnética Cardíaca do Hospital de Braga, “uma das prioridades do congresso é trazer a nova evidência nesta área para a prática clínica, o que não se consegue se o nosso foco se centrar apenas nos cardiologistas. É importante envolver outros especialistas que lidam de perto com os doentes com patologia cardiovascular, como é o caso dos MF, que são quem mais contacto tem com estes pacientes”.
Pretende-se que haja uma grande participação de MF e de internistas, pois, como indica, “ainda que tenha havido uma grande participação da MGF e da Medicina Interna em congressos anteriores”, considera que em 2016 ela ainda poderá ser maior.
MF é importante na prevenção, no diagnóstico e na referenciação Nuno Bettencourt destaca o papel do MF na prevenção das doenças cardiovasculares. Na sua opinião, “apesar de tudo, as coisas não correm mal em termos de sensibilização para o risco cardiovascular e para o controlo dos fatores de risco (hipertensão, tabagismo, diabetes, colesterol) e a promoção de hábitos de vida saudáveis, no que toca ao que o MF tenta fazer com os seus pacientes”.
O especialista em MGF assume também particular importância na deteção das doenças cardiovasculares, na triagem do que é importante e na referenciação ao hospital. Relativamente a esta questão da referenciação, decorrerá no CPC2016 uma reunião conjunta entre a APMGF e a Sociedade Portuguesa de Cardiologia dedicada ao tema da referenciação e da articulação entre a cardiologia no hospital e nos CSP, na qual serão discutidas as presentes dificuldades e propostas de melhoria.
Sobre esta sessão, Nuno Bettencourt adianta que serão apresentados os pontos de vista de quem recebe o paciente e de quem o envia, tentando perceber o que corre bem e o que corre mal e como se poderá melhorar o sistema, em benefício do paciente. No seu entender, muitas vezes esta articulação não é melhor porque os intervenientes “têm muito trabalho e acabam por ter pouco tempo para falar, sendo mais fácil inserir alguns dados no computador do que pegar no telefone, falar com um colega e ouvir outra opinião”.
Segundo adianta, devido a esta falta de interligação, há casos que beneficiariam de referenciação ao hospital e que não são referenciados, enquanto, simultaneamente, há pacientes orientados para o hospital que seriam melhor seguidos em cuidados de saúde primários.
Site do Congresso: http://www.spc.pt/cpc2016/
A entrevista completa com Nuno Bettencourt pode ser lida no Jornal Médico de outubro.