Rede internacional sobre reações alérgicas perioperatórias pode «evitar morte de doentes»

“É essencial construir uma rede de troca de experiências entre países sobre as reações alérgicas perioperatórias, que são raras, mas que podem ser fatais”, defende Marcelo Aun, da Clínica Médica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, no Brasil. O especialista esteve em Portugal, participando na 15.ª Reunião da Primavera da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC), que decorreu em Sintra.



Marcelo Aun salientou a importância de se dar mais atenção às alergias perioperatórias, que ocorrem quando a pessoa se encontra anestesiada. “São incomuns, mas quando acontecem podem ser muito graves. O paciente está sob o efeito de vários medicamentos e debilitado por causa da sua condição física e é preciso saber prevenir essas situações.”

Nesse sentido, “o imunoalergologista tem um papel-chave para prevenir a mesma reação numa outra possível segunda exposição ao alergénio, que pode acabar por ser fatal”. A existência de uma rede permitirá “unir vários países, para que se possam trocar experiências e adotar medidas comuns que salvem a vida das pessoas”.


Marcelo Aun com Luís Delgado, presidente da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica.

Marcelo Aun acrescentou ainda que, “como são reações pouco comuns, esta rede ganhará ainda mais relevância ao permitir aos profissionais de saúde ter acesso a informação muito concreta sobre cada alergénio, a fim de se evitar a morte dos doentes”.

Apesar de não existir um perfil de quem possa vir a ter uma reação alérgica, quando esta é uma realidade, os doentes do foro cardíaco e respiratório são os que têm maior probabilidade de morrer. “Estamos a falar de reações cutâneas raras graves, de edema, choque anafilático, com colapso, arritmia, broncoespasmo, ou até paragem cardiorrespiratória”, esclarece.

As sequelas não são habituais por o doente estar monitorizado e perante uma equipa multidisciplinar, mas, “em caso de paragem cardiorrespiratória mais prolongada, ficam sequelas neurológicas”.

Não é fácil saber, muitas vezes, o que provocou a reação alérgica face aos vários medicamentos a que se está exposto na cirurgia, embora se saiba que os relaxantes musculares sejam os que mais alergias acabam por provocar.



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