Medicina Intensiva do CHVNG/E quer «otimizar a qualidade de vida após a alta hospitalar»
Contribuir para uma maior proximidade entre a Medicina Intensiva e a Medicina Geral e Familiar (MGF) foi um dos principais objetivos do evento “Sobre‘viver’ aos Cuidados Intensivos: da Medicina Intensiva à Medicina Geral e Familiar”, que decorreu no final do mês de janeiro, no Centro de Reabilitação do Norte.
Organizada pelo Serviço de Medicina Intensiva Polivalente do Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho (CHVNG/E), a iniciativa procurou encontrar “um consenso em torno das informações a constar num futuro documento anexo à nota de alta hospitalar, para ajudar os médicos de família”, explica Paula Castelões, diretora do Serviço e responsável pelo evento.
Nestas que foram as primeiras jornadas organizadas pelo Serviço de Medicina Intensiva Polivalente do CHVNG/E "tentou-se fugir aos temas mais clínicos", conforme esclarece a médica, em declarações à Just News:
“Regra geral, os assuntos relacionados com a humanização dos cuidados são esquecidos e com esta iniciativa quisemos chamar a atenção para a necessidade de se otimizar a qualidade de vida dos doentes após a alta hospitalar, já que as comorbilidades são frequentes face à situação crítica em que se encontravam no internamento em Cuidados Intensivos."
Elementos do Serviço de Medicina Intensiva Polivalente do CHVNG/E
Para que os doentes possam ter um acompanhamento mais adequado, Paula Castelões realça a necessidade de uma maior proximidade com os cuidados de saúde primários.
“Naturalmente, os médicos de família não estão suficientemente familiarizados com a Medicina Intensiva, tendo em conta as suas competências", refere Paula Castelões, sublinhando por isso mesmo a relevância desta reunião:
"Quisemos ter um momento para discutir quais as informações que ambas as especialidades consideram ser relevantes para um bom acompanhamento após a alta nos cuidados de saúde primários.”
E acrescenta: “Apesar de fazermos tudo para que as sequelas sejam minimizadas, nem sempre é possível evitar determinadas complicações, como escaras e úlceras, devido à posição e aos tratamentos – um dos principais exemplos é o da traqueostomia; é preciso assim esta ligação com os colegas de MGF.”
Paula Castelões
Das várias temáticas abordadas, Paula Castelões faz questão de realçar a mesa sobre “Fim de vida e, Cuidados Intensivos”.
Na sua opinião, "as questões éticas são muito importantes, porque, hoje em dia, é fácil manter-se o doente vivo". E questiona: "Contudo, até onde se pode ir para que o fim seja mais digno, com mais conforto?".