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Equipa de Cuidados Paliativos lança PalliALERT para capacitar profissionais do ACES Almada-Seixal

A Equipa Comunitária de Suporte em Cuidados Paliativos (ECSCP) de Almada-Seixal, coordenada por Ana Pacheco, deu início em maio a um ambicioso projeto, o PalliALERT.

Estão a ser formados um médico e um enfermeiro de várias unidades funcionais deste ACES, "para serem os elos de ligação direta de cada unidade com a ECSCP AS, num total de 44 profissionais". A adesão foi bastante elevada, já que "das 26 unidades funcionais, 23 aderiram ao projeto".


Sessão “Identificação de necessidades paliativas e orientação por grau de complexidade (aplicação IDC-Pal)”. Intervenção de João Dias Ferreira (ECSCP AS)


Este 1.º Curso Básico de Cuidados Paliativos prolonga-se durante o mês de junho, sendo acreditado pela Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos e pela Ordem dos Médicos e certificada pelo Centro de Formação Garcia de Orta.


A iniciativa conta com a "importante intervenção" da equipa de enfermagem (Susana Saiote, Mónica Martins e Sara Filaho), que assegura, junto com Ana Pacheco, a coordenação do curso.

No entanto, este é apenas o primeiro passo do PalliALERT: "A equipa tenciona continuar a formar e capacitar os restantes profissionais das equipas de família nas edições futuras deste curso", assegura Ana Pacheco.


Um dos grupos de formandos, no painel de discussão sobre Circuito de Referenciação de doentes com necessidades paliativas no ACeS AS entre ECSCP – EIHSCP – ECCI, moderado por Susana Saiote, com Ana Pacheco (ECSCP AS) e a participação externa da EIHSCP HGO -  Aurora Tomaz,  Patrícia Agnés,  Joana Rodrigues, da EIHSCP Hospital Garcia de Orta


Mais formação, melhores cuidados


A médica de família, que desempenha funções na USF Amora Saudável, recorda a falta de cuidados nesta área e, por esse motivo, a importância de existirem mais profissionais com formação:

"Estimam-se em Portugal entre 81 553 e 96 918 doentes com necessidades paliativas e desses apenas cerca de 20% tem acesso a cuidados paliativos (CP). Neste contexto, a formação avançada dos profissionais que integram as equipas de Cuidados Paliativos é uma necessidade para que possam prestar cuidados especializados aos doentes complexos, tal como o é a formação básica e intermédia dos profissionais dos cuidados de saúde primários (CSP) para a prestação de cuidados paliativos generalistas."


Sessão de abertura do 1º Curso Básico de Cuidados Paliativos da ECSCP Almada-Seixal: Ana Pacheco e Patrícia Santos


Segundo Ana Pacheco, esta realidade torna-se "ainda mais premente se considerarmos que os estudos prospetivos demonstram que, em 2060, 48 milhões de pessoas morrerão com sofrimento associado a doenças graves (47% de todas as mortes no mundo)".


Desta forma, a conclusão a tirar é clara: "A intervenção precoce num espectro de doenças crónicas que ameaçam a vida pelas equipas e serviços de CP, com vista a melhorar a qualidade de vida do doente e família no processo de doença avançada e no final de vida, torna-se uma necessidade emergente."

É neste contexto, conforma explica a médica à Just News, que o PalliALERT foi pensado e estruturado como uma resposta em cuidados de saúde primários (CSP) às necessidades paliativas dos utentes de Almada e do Seixal, "permitindo um diagnóstico de situação global que otimiza a gestão dos recursos humanos existentes e planeamento de cuidados".

Ana Pacheco faz ainda questão de sublinhar que para "tudo corra de forma fluída", tem sido importante o apoio dado desde o primeiro instante pelo diretor executivo do ACES, Alexandre Tomás, e pela presidente do Conselho Clínico e de Saúde, Anabela Ribeiro.


Coordenação do projeto PalliALERT e Comissão Organizadora do 1º Curso Básico de Cuidados Paliativos da ECSCP Almada-Seixal: Sara Fialho, Mónica Martins,  Susana Saiote e Ana Pacheco

Promoção de um "modelo de cuidados paliativos cooperativo"


Na sua opinião, esta aproximação entre a ECSCP AS e as unidades funcionais do ACES Almada-Seixal "configura-se como uma oportunidade de melhorar a qualidade de vida de todos os doentes com necessidades paliativas dos concelhos de Almada e Seixal, de baixa, média e elevada complexidade".

E como é que tal se concretiza? "Ao alargar a capacidade de identificação, referenciação/articulação e prestação de cuidados paliativos no nível de diferenciação mais adequado às necessidades de cada doente ao longo da sua trajetória de doença."

E acrescenta: "Esta nossa proposta de projeto parte do pressuposto que uma atitude mais compassiva dos profissionais de saúde dos CSP se possa inserir num modelo de novas abordagens de saúde pública no que concerne ao fim da vida como uma responsabilidade de todos, dentro de um modelo de CP cooperativo que implica uma aproximação entre os CP especializados, generalistas e comunidades compassivas como uma integração de cuidados com foco nas necessidades da pessoa com doença avançada e/ou em fim de vida e seus cuidadores."


Entregue nas unidades de saúde familiar (USF) de Portugal, o Jornal Médico dos Cuidados de Saúde Primários promove a partilha entre profissionais de boas práticas desenvolvidas no âmbito do SNS.

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