Dia da Investigação para Estudantes de Medicina reuniu investigadores e alunos
“Conjugar a prática clínica com a investigação não é fácil, mas vale a pena face aos benefícios para os doentes e para os médicos.” As palavras são de João Ferreira, coordenador do Gabinete de Apoio à Investigação Científica, Tecnológica e Inovação (GAPIC), da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. Um gabinete que assinala 25 anos e que, juntamente com a Associação de Estudantes da FMUL, organizou hoje o Dia da Investigação para Estudantes de Medicina. João Ferreira, em declarações à Just News, realçou os vários avanços que se têm feito sentir nos últimos 25 anos do GAPIC e que permitem ajudar os alunos a optar pela investigação. “Atualmente, existem 50 projetos em curso, mas relembro que temos várias atividades que ajudam qualquer aluno a ter contacto com o mundo da investigação.” E acrescentou: “O gabinete tem tido um papel decisivo na mudança de mentalidades, ao reforçar a ideia de que a prática clínica melhora ao apostar-se na área investigacional.”
Quanto às dificuldades que os médicos sentem em conjugar o seu trabalho diário com a investigação, João Ferreira destacou “a nova infraestrutura legislativa e organizativa, aprovada pelo Ministério da Ciência e Tecnologia e o Ministério da Saúde, que vai ser implementada em 2015, para ajudar a conjugar a atividade médica com a investigação”.
O presidente da Associação de Estudantes da FMUL (AEFML), Tomás Neto da Silva, concorda com o coordenador do GAPIC e sublinhou, em declarações à Just News, o apoio que os alunos sentem por parte do GAPIC. “A investigação faz toda a diferença quando se é médico, porque tem-se uma visão mais alargada da Medicina.” Nélson Descalço, o responsável pelo Departamento de Formação e Ciência da AEFML, acrescentou que “quem aposta na investigação terá maior consciência dos tratamentos mais inovadores”.
Quanto à sensibilização dos alunos para a importância do GAPIC e das suas atividades, Tomás Neto da Silva e Nélson Descalço acreditam que os colegas “conhecem as oportunidades que têm dentro da faculdade”.
Exemplo disso é o caso de Rodrigo Roquette e João Cavaco, estudantes do 6.º ano de Medicina. Através do GAPIC, apostaram num projeto sobre a dissecção da massa branca do cérebro através da técnica de Klingler. “Na prática, consegue-se ter uma imagem mais específica da massa branca, o que traz benefícios grandes, principalmente, na área da Neurocirurgia”, explica João Cavaco.
Um projeto que lhes tem trazido grandes alegrias, mas também algumas dificuldades: ”O problema é o financiamento e, apesar de termos pedido 2500 euros, tivemos de trabalhar com 650 euros”, referiu Rodrigo Roquette.