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Doença celíaca apresenta novas formas de manifestação clínica

Apesar de ser uma entidade conhecida há já muitos anos, a doença celíaca está, neste momento, em mudanças no que respeita ao diagnóstico e às linhas orientadoras, a nível internacional. A sua incidência é ainda desconhecida, porém, estima-se que seja de cerca de um caso em cada 100 pessoas.

De acordo com Ana Serrão Neto, coordenadora do Centro Criança do hospitalcuf descobertas, esta doença está hoje na ordem do dia, uma vez que, nos últimos 30 anos, têm-se vindo a verificar alterações dos sintomas.

“A manifestação clássica ocorre por volta dos 9 meses de idade. A criança começava a não ganhar peso, a ter uma má progressão ponderal, a apresentar um abdómen proeminente, uma diarreia crónica e um ar triste, e o diagnóstico é feito porque o pediatra está atento a estes sintomas e sinais”, afirma, acrescentado que se verificou, nos últimos anos, a existência de situações atípicas.

“Começaram a aparecer mais manifestações extraintestinais, nomeadamente com associação de doenças autoimunes. A criança, por exemplo, não tem uma má progressão ponderal e pode, inclusive, ter uma história de obstipação e não de diarreia”, observa Ana Serrão Neto.

Os diagnósticos passaram a ser feitos mais tarde, até mesmo porque, em alguns casos, as manifestações também são mais tardias. “Fizemos uma revisão no nosso serviço e a idade média de diagnóstico é aos três anos.”

Em 2013, a doença celíaca teve novas classificações, é uma entidade bem conhecida, que afeta a mucosa do intestino, mas que está hoje a classificar-se como uma doença com um comportamento associado à autoimunidade, tendo-se verificado também alterações no que respeita ao seu diagnóstico, feito com base numa suspeita clínica que é agora mais alargada.

Os pediatras têm de estar atentos não apenas às situações de má progressão ponderal e diarreia crónica, mas também a manifestações de tristeza, obstipação, distensão abdominal, aftas e dermatites recorrentes. Ou seja, há que estar atento tanto a sintomas gastro como extra-gastrintestinais.

Além disso, anteriormente, era obrigatório realizar uma biopsia, que se repetia após a criança fazer uma dieta sem glúten, e uma prova de provocação, com a introdução do mesmo ao fim de alguns anos. Contudo, afirma, por se tratar de uma certeza diagnóstica, a dispensa da biopsia ainda é muito controversa.

Para Ana Serrão Neto, também os especialistas em MGF deverão estar despertos para esta diversidade de manifestações, uma vez que são estes profissionais que, no SNS, fazem o seguimento das crianças e, também, dos adultos com doença celíaca.

Clube PHDA: por um melhor desenvolvimento e integração

A perturbação de hiperatividade e défice de atenção (PHDA) afeta cerca de 5 a 10% das crianças em idade escolar, determinando diversos desafios para os próprios e para os pais, familiares, professores e assistentes operacionais.

“Em Portugal, o apoio a estas crianças é muito deficitário e existe essencialmente nas grandes cidades, o que significa que apenas uma minoria tem possibilidade de o ter, até porque é diferenciado e, muitas vezes, não subsidiado, por falta de recursos”, afirma Ana Serrão Neto.

A Unidade de Neurodesenvolvimento do hospitalcuf descobertas desenvolveu o projeto de empreendedorismo social Clube PHDA. Trata-se de um site, cujo objetivo é promover o desenvolvimento saudável e uma integração bem-sucedida das crianças com PHDA nos vários contextos onde se inserem: na família, na escola e na sociedade.

Com início no passado mês de outubro, o site conta já com mais de 200 visitas, com uma demora superior a cinco minutos.

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