Doença imunoalérgica na criança: «novos paradigmas na indução da tolerância aos alergénios»

A Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC) vai dedicar a sua reunião anual à patologia imunoalérgica da criança, "com base no conhecimento da sua realidade em Portugal, fruto de uma investigação e colaboração valiosa conduzida, sobretudo, na última década, por alguns dos seus associados", explica Luís Delgado, presidente da SPAIC.

Segundo o especialista, durante a reunião, que decorrerá nos dias 7, 8 e 9 de outubro, no Sana Lisboa Hotel, "serão discutidos novos paradigmas na indução da tolerância aos alergénios e no melhor controlo destas doenças".

Os trabalhos aí desenvolvidos e apresentados "permitirão reforçar, em toda a comunidade médica, a relevância de um reconhecimento e diagnóstico precoce da doença alérgica na criança, quer na prevenção de morbilidade, quer na promoção da saúde neste grupo etário".



Um problema de saúde pública

Luís Delgado afirma que "a asma e outras doenças alérgicas, que incluem a rinoconjuntivite, a dermatite atópica, a alergia alimentar e a fármacos, são, hoje em dia, um problema de saúde pública de proporções pandémicas, necessitando de uma resposta coordenada e de todos os prestadores de cuidados de saúde".

Acrescenta que "tem sido calculado que, em 2025, mais de 50% dos europeus sofrerão de algum tipo de alergia, pelo que o seu reconhecimento é vital para a promoção da saúde e a contenção dos seus custos crescentes". Nesse sentido, refere que se os doentes alérgicos "forem tratados adequadamente", estima-se que, na Europa, exista "uma poupança anual de 142 biliões de euros."


Direção da SPAIC: Elisa Pedro, João Fonseca, Luís Delgado, Ana Morête, Pedro Martins, Rita Câmara e Rodrigo Alves por ocasião da Reunião da Primavera 2015.


O presidente da SPAIC adianta ainda que "cerca de 90% das crianças com asma têm uma causa alérgica para a sua doença, existindo 175 mil crianças e adolescentes asmáticos em Portugal (8,4% das crianças têm asma)".

No entanto, sublinha, "dados recentes em Portugal mostram que apenas um pouco menos de metade (49%) dessas crianças tem a sua asma controlada, o que acarreta pior qualidade de vida e maiores custos de saúde. As crianças com obesidade ou rinite ativa têm um pior controlo da sua asma."

Relativamente ao absentismo escolar e ao absentismo laboral dos cuidadores de uma criança com asma não controlada "são até três vezes superiores aos de uma criança com asma controlada".

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