Doenças de sobrecarga lisossomal: iniciativa apoia médicos de família a identificar sinais e sintomas

O Centro de Referência para as Doenças Hereditárias do Metabolismo do Centro Hospitalar do Porto (CHP), sob a coordenação de Esmeralda Martins, arranca, no final deste mês, com a 1.ª edição do Curso de doenças lisossomais de sobrecarga em Medicina Geral e Familiar (MGF).

A formação, que se realiza dia 25 de março, é organizada em parceria com duas médicas de MGF: Olga Oliveira, do ACES Maia/Valongo, e Rita Matos, interna da USF S. Bento, do ACES Gondomar. O evento conta com a organização logística da ADEMI - Associação para o Desenvolvimento do Ensino Materno Infantil e com o apoio da Shire Pharmaceuticals Portugal, bem como da associação Raríssimas.


"Papel fundamental no encaminhamento precoce"

Em entrevista à Just News, Rita Matos, explica que "iniciativas como este curso não são frequentemente dirigidas aos médicos de família, sendo muitas vezes reservadas para outras áreas de especialização médica".

Na sua opinião, tal acontece "apesar dos médicos dos cuidados de saúde primários terem um papel fundamental no encaminhamento precoce destes doentes para o serviço de urgência ou para as consultas especializadas, dependendo do quadro clínico". Assim, este curso que agora se realiza "pretende esclarecer os formandos dos principais sinais e sintomas a que devem estar atentos e que podem levar ao diagnóstico precoce das Doenças Hereditárias do Metabolismo (DHM)".

Refere também que, ao longo da formação médica em Medicina Geral e Familiar, "a informação acerca das DHM é limitada, facto muitas vezes justificado pelo facto de serem ´raras`. Porém, o médico deve ponderar a possibilidade de estar perante uma doença metabólica ao observer determinados sinais e sintomas apresentados pelo utente." Sinais que, adverte, "podem não ser assim vistos num primeiro raciocínio pelo facto de serem raras, mas ao serem integrados no seu conjunto devem levantar a suspeita de DHM". 




Gerar sinergias para "um melhor acompanhamento destes doentes"

A ideia para a realização deste curso começou a ser pensada durante as reuniões de preparação do Curso de Hematologia em MGF, "uma formação que tem tido enorme sucesso e que vai já para a sua 3ª edição", recorda Rita Matos. O objetivo visa, essencialmente, contribuir para "melhorar a articulação entre os centros de referência e os cuidados de saúde primários e permitir a atualização de conhecimentos nesta área". 

De acordo com a médica interna da USF S. Bento, que na sua prática clínica acompanha "uma família com uma patologia que se insere neste âmbito", no processo de interligação e integração entre os cuidados de saúde primários e centros de referência hospitalares de doenças metabólicas "devem desenvolver-se contactos personalizados". O propósito é que "contribuam para gerar sinergias, que conduzam a uma melhor referenciação e melhor acompanhamento destes doentes". 



Esmeralda Martins, coordenadora do Centro de Referência para as Doenças Hereditárias do Metabolismo do Centro Hospitalar do Porto.

Uma ferramenta que ajuda "a prevenir possíveis sequelas irreversíveis"

Rita Matos acrescenta que "ainda existem vagas disponíveis e podem participar internos e médicos especialistas em MGF que queiram de forma prática e em ambiente coloquial, sistematizar os sinais e sintomas e qual a abordagem perante a suspeita".

Faz também questão de referir que os participantes "ficarão dotados de mais uma ferramenta que pode contribuir para diminuir o tempo de diagnóstico dos doentes que acompanham e prevenir possíveis sequelas irreversíveis através da instituição do tratamento precoce, dependendo da doença". 



O programa pode ser consultado aqui.
Contacto: secretariado@ademi.pt
A inscrição (valor: 15€) pode ser efetuada aqui.



seg.
ter.
qua.
qui.
sex.
sáb.
dom.

Digite o termo que deseja pesquisar no campo abaixo:

Eventos do dia 24/12/2017:

Imprimir


Próximos eventos

Ver Agenda