Ecografia à cabeceira do doente: «A POCUS está numa fase de crescimento exponencial»
A criação de centros de formação é “um dos grandes desafios” dos próximos tempos no que diz respeito à ecografia à cabeceira do doente (Point-of-care Ultrasonography – POCUS). A opinião é de José Mariz, coordenador do Núcleo de Estudos de Ecografia (NEEco) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI). O responsável falou à Just News na sequência do I Encontro Nacional do NEEco, que decorreu no dia 26 de março, em Lisboa.
Num primeiro encontro, que contou com palestrantes de Espanha, Brasil e EUA, José Mariz confirmou o que há muito vem dizendo: “A POCUS está numa fase de crescimento exponencial.” Ainda há vários passos que têm de ser dados, mas a ecografia à cabeceira do doente já é vista cada vez mais como uma mais-valia para os pacientes.
José Mariz
Falta, contudo, apostar na criação de centros de formação, dentro e fora do hospital. “É preciso garantir um programa sólido, com objetivos bem definidos para uma técnica que é transversal a várias especialidades e que obriga a uma atualização constante.”
Como acrescentou: “Não havendo até à data uma base sólida de regulamentação, é preciso regular, uniformizar, normalizar, acompanhar, avaliar e monitorizar.”
Medidas estas que vão acabar por ser inevitáveis a curto prazo, segundo José Mariz, já que há muitos profissionais de saúde que se dedicam a esta técnica nos seus serviços, tal como ficou demonstrado num inquérito realizado pelo NEEco a nível nacional, junto de internistas.
“A ecografia já ultrapassou o âmbito exclusivo da Imagiologia, o trabalho é cada vez mais multidisciplinar, de colaboração interpares”, salientou.
Contudo, fez questão de dizer que o trabalho a ser desenvolvido não se limita à Medicina Interna, “nem implica qualquer confronto com a Imagiologia”. Como explicou, “o caminho deve ser de diálogo, tendo em conta as vantagens da ecografia à cabeceira do doente nas mais diversas especialidades”.
O trabalho em conjunto, multidisciplinar, foi também um dos pontos referidos no evento que, segundo José Mariz, ultrapassou “as melhores expectativas”.
Alguns dos elementos do Núcleo de Estudos de Ecografia
Recorde-se que o Encontro foi adiado por duas vezes por causa da pandemia, apesar de o NEEco ter mantido o objetivo de partilhar conhecimento, mesmo que à distância. Exemplo disso foram os webinars Fighting COVID-19 with Ultrasound. “