Enfermeira dá a conhecer «as profissões que injustamente não são tão reconhecidas» nos hospitais
Magda Moutinho é enfermeira e fotógrafa e quis dar a conhecer “as profissões que injustamente não são tão reconhecidas” no hospital, como costureiras, cozinheiras, empregadas de limpeza, serralheiros, entre outros. Está assim patente até final de janeiro de 2019 a exposição “Subsolo”, no Hospital de Santa Maria – Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN), onde se pode ver o dia-a-dia destes profissionais.
“Quando se pensa nas profissões de um hospital, centramo-nos apenas nos médicos e enfermeiros, mas existem muitas outras que são essenciais para o bom funcionamento da instituição”, disse Magda Moutinho. E, acrescentou, “obviamente que merecem todo o nosso reconhecimento”.
A ideia surgiu quando ao sair de um curso de Suporte Básico de Vida no HSM-CHULN, onde era enfermeira, desceu ao Piso -1. “Tive de passar por aí, por mero acaso, e fiquei fascinada com as várias oficinas e com o trabalho que desenvolviam todos os dias para que aquele hospital existisse”, recordou.
Foi assim com o seu olhar de fotógrafa que resolveu fazer um trabalho. “Logo nesse dia falei com algumas pessoas das oficinas e depois foi só pedir autorização ao Conselho de Administração, que aceitou muito bem a ideia, aliás, o Dr. Carlos Martins foi quem pensou na exposição.”
Magda Moutinho e Carlos Martins, presidente do Conselho de Administração do CHULN
A recetividade foi boa da parte da Administração, mas não só. “As pessoas estão a gostar e foi incrível ver, no dia da inauguração, quem eu fotografei a olhar para o trabalho final com orgulho.”
Enfermeira há dois anos, Magda Moutinho, de 27 anos, quer continuar "a conjugar a Enfermagem com a Fotografia", que é uma paixão que já vem desde pequena. “Talvez por influência do meu pai e do meu irmão. Fiz inclusive um curso profissional de Fotografia”, observou.
Elementos do Conselho de Administração com Magda Moutinho e alguns dos profissionais fotografados no CHULN
Este tipo de projetos, garante, vão continuar. “Estou a começar um projeto idêntico com doentes psiquiátricos da Casa de Saúde da Idanha das Irmãs Hospitaleiras e o objetivo é dar a conhecer as pessoas com doença mental, que também acabam por fazer parte das camadas mais invisíveis da sociedade, de forma demasiado injusta.”