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Equipa de Cuidados Continuados Integrados de Matosinhos: trabalhar «de forma interdisciplinar»

D. Rosa tem 83 anos e problemas de mobilidade. É uma das muitas pessoas que recebem apoio da ECCI de Matosinhos. “Desde outubro de 2010 que prestamos apoio domiciliário a quem não pode deslocar-se de forma autónoma e necessita de intervenções de saúde e apoio social em situação de dependência funcional, doença terminal ou em processo de convalescença”, afirma Sandra Santos, enfermeira e coordenadora da Equipa de Cuidados Continuados Integrados (ECCI) de Matosinhos.

Em parte, como resultado da “cultura de referenciação da ULSM, que reconhece a importância dos cuidados domiciliários”, todos os dias há utentes para visitar, sendo a maioria idosos. As patologias são as mais diversas, dividindo-se os cuidados em quatro vertentes: Enfermagem, Enfermagem de Reabilitação, Fisioterapia e Cuidados Paliativos.

Sandra Santos explica que a ECCI estrutura, desde o início, um plano individual de intervenção elaborado de forma multidisciplinar. “A equipa nuclear é constituída por um médico, uma enfermeira e uma assistente social e trabalhamos de forma interdisciplinar, com enfermeiros generalistas e outros especialistas em Reabilitação, Cuidados Paliativos, Saúde Comunitária e Saúde Mental, um fisioterapeuta, um nutricionista e um psicólogo.”

A nossa interlocutora cita um exemplo: “Num caso de alimentação entérica, se a sonda sair, já não é necessário deslocar o doente ao hospital, basta contactar a ECCI, minimizando, no domicílio, as repercussões negativas da doença sobre o bem-estar global do doente e reforçando as capacidades e competências das famílias para lidar com essas situações.

Afinal, os cuidados prestados podem ser programados, sete dias por semana, 24 horas por dia, “o que é um benefício para o doente e para a sua família, aumentando a acessibilidade dos cuidados e contribuindo para um Serviço Nacional de Saúde financeiramente sustentável”, como salienta Sandra Santos.



Os cuidados domiciliários permitem ainda diminuir os reinternamentos. “Existem várias pessoas com problemas respiratórios, que acabam por ter menos episódios agudos, além de verificarmos ganhos na prevenção de complicações em doentes de risco, como no diagnóstico de úlceras de pressão em utentes acamados.”

Um trabalho “muito gratificante”, mas com espinhos. “Nem sempre é fácil dar resposta e chegamos a fazer trabalho
voluntário quando são solicitados os cuidados nos fins de semana e a horas em que os contactos não estão programados. Basta a ausência pontual de um profissional, uma situação de aposentação ou uma licença de parto para tudo se complicar.”

Nada que impeça a equipa de ajudar os doentes, “proporcionando cuidados de saúde técnica e humanamente adequados”. Que o diga D. Rosa, que não se esquece dos sorrisos e abraços da equipa de Matosinhos, que contribuíram para a sua recuperação funcional e consequente reinserção familiar e social.

Problemas de nutrição são detetados e acompanhados pela ECCI

Uma boa alimentação é bastante importante para quem está debilitado, principalmente se se encontra acamado. A ECCI de Matosinhos conta com o apoio de uma nutricionista para dar resposta a quem não faz uma alimentação adequada.

“Deparamo-nos com casos de desnutrição e que não se devem a maus-tratos. A família, simplesmente, precisa de orientações, nomeadamente em casos de doentes com potencial de correção ou compensação nutricional e, noutras situações, aceitando e proporcionando o melhor conforto possível, com uma abordagem individual dos cuidados para cada doente, sua família e suas crenças.”


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